Rei do açúcar argentino e fornecedor da Coca-Cola avalia IPO
(Bloomberg) -- O empresário argentino Emilio Luque, cujo grupo se tornou o maior produtor de açúcar do país, está tentando descobrir como financiar seus negócios à medida que crescem.
Em uma entrevista, o ex-motorista de caminhão disse que seu grupo, Emilio Luque Supermercados y Mayoristas, está estudando vender títulos pela primeira vez em 2018 e talvez realizar uma abertura de capital em 2019. A empresa de supermercados e atacadista de alimentos está buscando levantar pelo menos US$ 80 milhões para financiar despesas de capital nos próximos dois anos.
A companhia concordou com comprar duas usinas de açúcar nos últimos 12 meses, aumentando sua participação no mercado local para cerca de 20 por cento. A segunda transação foi uma surpresa até para ele mesmo, disse Luque.
"Eu não queria comprar", disse Luque em Bariloche, Argentina, em 17 de setembro. Ele disse que tomou a decisão depois que funcionários da unidade argentina da Embotelladora Andina o visitaram duas vezes para convencê-lo a fechar o acordo. A engarrafadora da Coca-Cola propôs financiar metade da aquisição mediante o acordo de um contrato de compra de açúcar a longo prazo, disse ele.
Os termos da aquisição não foram divulgados, mas a imprensa local estimou o preço em cerca de US$ 150 milhões, valor que, segundo Luque, estava dentro da faixa do que foi pago.
Conversas com assessores
A companhia de Luque entrou com cerca de 44 por cento do preço da compra e 6 por cento vieram dos bancos argentinos Comafi e Banco Supervielle, disse ele. Agora esses bancos estão assessorando a empresa, mas o grupo também está aberto a conversar com outros assessores, disse ele.
Representantes dos bancos e da empresa de bebidas não deram retorno imediato a telefonemas e e-mails com pedidos de comentários.
Luque, 66, começou seu império após deixar o emprego como chofer de caminhão e ao se tornar distribuidor da PepsiCo na década de 1970. Seu grupo tem sede na província argentina de Tucumán, no noroeste do país.
Medidas
A expansão no negócio do açúcar faz sentido desde que o governo do presidente Mauricio Macri aumentou a quantidade mínima de bioetanol na gasolina de 10 por cento para 12 por cento. O governo prometeu aumentar para 21 por cento, disse Luque. Ele também planeja queimar subprodutos de cana-de-açúcar para alimentar a geração de eletricidade, disse.
"Não há prazo para chegar a uma percentagem determinada no mix", disse Alejandro Bianchi, porta-voz do Ministério da Energia.
A empresa, que tem 3.500 funcionários e provavelmente termine 2017 com vendas anuais de cerca de US$ 351 milhões, planeja dividir suas operações em três unidades em novembro, para tornar o funcionamento do negócio mais claro para futuros investidores, disse Luque.
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