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Novo mira além de laboratórios próprios em busca de novas ideias

James Paton

27/09/2017 11h37

(Bloomberg) -- A Novo Nordisk, maior fabricante de medicamentos contra o diabetes do mundo, está indo cada vez mais além de seus próprios muros para criar novos produtos em meio à expansão em campos como obesidade e doenças hepáticas.

Cerca de metade dos novos projetos de medicamentos que entrarão em fase de elaboração nos próximos três anos virão de parcerias ou de pequenas aquisições, disse o diretor científico Mads Krogsgaard Thomsen, na quarta-feira, em entrevista em Londres. A Novo contratou Marcus Schindler, especialista em doenças cardiovasculares e metabólicas da AstraZeneca, para buscar novas ideias e administrar alianças com outras empresas e universidades a partir de janeiro, disse ele.

"Somos uma empresa muito baseada na ciência, mas vista como um pouco introvertida, e isso está prestes a mudar", disse Thomsen.

A empresa dinamarquesa de 94 anos está se concentrando na colaboração em um momento em que as gestoras de planos de saúde e as seguradoras dos EUA contestam os preços elevados dos novos tratamentos para o diabetes. A Novo planeja lançar produtos de última geração para o diabetes, incluindo um tratamento experimental chamado semaglutide, um dos projetos mais caros da empresa, mas o desenvolvimento de terapias capazes de se destacar no campo se tornou mais difícil.

Após diversos avanços em relação ao diabetes, as seguradoras e os programas de reembolso estão exigindo que os novos tratamentos ofereçam benefícios adicionais aos pacientes. Com a chegada de produtos como o semaglutide ao mercado, os pagadores perguntam: "De que mais nós precisamos e o que mais nós devemos pagar?", disse Thomsen. "Nós talvez tenhamos colocado um obstáculo elevado para nós mesmos."

A produtora de insulina planeja trazer mais parceiros, buscando uma "série de pequenas pérolas" que, espera, gerarão maiores inovações, segundo o executivo da Novo. A empresa, com Schindler a bordo, também terá "olheiros científicos" à procura de novas drogas ou tecnologias em todo o mundo, da Califórnia à China, disse ele.