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Restos de furacões letais do Atlântico agora atingem a Europa

Kelly Gilblom

02/10/2017 14h50

(Bloomberg) -- Nem mesmo a Europa conseguirá escapar ilesa da temporada de furacões do Atlântico.

A região noroeste da Europa deverá ter condições de tormenta na primeira quinzena deste mês quando os restos dos ex-furacões Maria e Lee chegarem à costa da Europa. O restante do continente pode sentir um gosto precoce do inverno, com o centro e o sudeste particularmente vulneráveis a ondas de frio, segundo uma pesquisa da Bloomberg com cinco meteorologistas.

Os riscos de um mês frio surgem em um momento em que a Europa enfrenta uma oferta mais restrita que o normal de gás natural, usado principalmente para aquecer milhões de lares e para o funcionamento de usinas de energia. O uso do combustível no início da época de calefação do inverno pode consumir os estoques e forçar o continente a competir por carregamentos de gás natural liquefeito com outros importadores. O efeito pode ser moderado pelos ventos de alta potência, uma fonte alternativa de geração de energia.

"O calor e a umidade do ex-Lee darão impulso a outra área de desenvolvimento de baixa pressão mais ao norte, trazendo algumas chuvas pesadas e ventos fortes", disse Laura Paterson, meteorologista e chefe de operações da Met Office, no Reino Unido, em referência ao clima no Reino Unido nos primeiros dias de outubro, em postagem de blog. "Os restos do Maria podem trazer algumas chuvas em regiões do sul do Reino Unido ainda nesta segunda-feira."

A produção de energia eólica do Reino Unido atingiu uma alta recorde no domingo, segundo dados de rede da Bloomberg.

No ano passado, o déficit de gás elevou os preços do GNL no sul da França ao nível mais alto do mundo. Os traders já projetaram que o sistema ficará apertado depois do fechamento da maior instalação de armazenagem do Reino Unido e que o governo holandês ordenou novos cortes de produção no maior campo de gás da Europa.

Escandinávia chuvosa

A precipitação ficará até três vezes acima do normal na Escandinávia nesta semana, segundo relatório da The Weather na Bloomberg.

A costa ocidental da Noruega, país responsável por cerca de 40 por cento da oferta de gás do Reino Unido, pode sofrer inundações localizadas, segundo Tyler Roys, meteorologista da AccuWeather em State College, Pensilvânia.

Com o avanço do mês, as tempestades diminuirão no noroeste da Europa e o clima deverá se estabilizar e se tornar mais seco. Haverá, contudo, um risco maior de névoa, neblina e noites muito frescas. A região sudeste provavelmente não terá nenhum alívio das chuvas em todo o mês de outubro.

As previsões são semelhantes às de outubro de 2016, que foi mais frio do que a média de 30 anos na maior parte do continente, mas pode divergir em um período posterior do inverno.

Existem alguns primeiros indícios de que haverá episódios mais frios do que no inverno passado, que foi bastante ameno na Europa, com exceção de algumas ondas de frio severo, disse Claire Kennedy-Edwards, meteorologista sênior da The Weather em de Birmingham, Inglaterra, por e-mail.

"Este inverno europeu poderá ser perigosamente frio", disse Joe D'Aleo, meteorologista-chefe da Weatherbell Analytics.

A península ibérica, como de costume, terá o mês mais seco e mais quente. Haverá índices normais de umidade em todo o sul da Europa, região que provavelmente não receberá chuvas suficientes para compensar a seca do início do ano, segundo Roys. O nordeste e o sudoeste também deverão ter condições mais amenas que o normal devido a um sistema de alta pressão.