Campeão de retorno, fundo ambiental do Nordea desiste da Tesla
(Bloomberg) -- A fabricante de veículos elétricos Tesla está sobrevalorizada, de acordo com um fundo de perfil ambiental que superou 97 por cento de seus pares.
"Não vemos espaço para alta", disse Thomas Sorensen, gestor do Nordea Global Climate and Environmental Fund. "Não achamos que vai acontecer o que é necessário em termos de geração de fluxo de caixa para atingir o valor atual."
Com mais e mais produtos e serviços amigos do meio ambiente chegando ao mercado, os investidores têm dificuldades para calcular o quanto valem essas tecnologias. A ação da Tesla disparou 60 por cento neste ano, refletindo o entusiasmo dos investidores apesar dos prejuízos no primeiro e segundo trimestres. No entanto, o tumulto gerado pela fabricante de carros elétricos agora representa risco para todas as montadoras.
"O setor todo entrará em uma corrida até o fundo do poço", ele prevê. "Neste grande período de transição, é muito difícil identificar os vencedores e a lucratividade geral do setor. Os riscos são muito elevados."
O fundo do Nordea tem 332 milhões de euros (US$ 390 milhões) em ativos e já comprou ações da Tesla no passado. Agora, a preferência é por fornecedores, como a fabricante alemã de semicondutores Infineon Technologies. E diante de um universo proprietário de 1.200 companhias com valor de mercado total acima de 5 trilhões de euros, o fundo, sediado em Copenhagen, não vê necessidade de se manter fiel aos grandes nomes.
"Não é mais um nicho", disse o gestor. "É uma base muito ampla. Muitas dessas soluções atingiram o famoso ponto de inflexão, no qual a adesão começa a se acelerar."
Sorensen e o sócio Henning Padberg usam análise fundamental partindo do instrumento financeiro individual para escolher empresas que entregam produtos e serviços focados na mudança climática. No entanto, eles também acompanham os riscos de ações e carteiras para proteger o desempenho. O fundo iniciado em 2008 deu retorno anual médio de 17 por cento nos últimos cinco anos, superando 97 por cento de seus pares, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
As maiores apostas do fundo são em National Grid, Ecolab e Johnson Controls International, mas há uma preferência por empresas menores como Ansys e a fabricante de eletrodomésticos Rational.
"São aquelas empresas de valor de mercado médio e com uma solução única, um produto único que pode emplacar em nível global", ele disse. "É disso que mais gostamos. Foi aí que mais ganhamos dinheiro no passado."
O número de consumidores que procuram produtos com impacto positivo sobre o clima e o meio ambiente está formando "massa crítica" em alguns mercados, segundo Sorensen. Os investimentos mais recentes do fundo ? em Symrise e Kerry Group ? visam capturar a tendência de consumismo verde, ele explicou.
"Está em toda parte, afetando todas as áreas da sociedade e a maioria das cadeias de valor", ele disse. "Encontramos soluções interessantes ainda subestimadas no fluxo de caixa das empresas. O argumento de incentivo econômico é muito importante. O incentivo ambiental anda de mãos dadas com o incentivo econômico. Juntos, os dois são poderosos."
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