Impacto da Catalunha nas ações não vai durar, dizem analistas
(Bloomberg) -- As ações espanholas estão voltando a subir depois da pior queda forte desde o referendo do Brexit, mas, como as tensões relativas à busca da independência na Catalunha continuam altas, os investidores em ações europeias se perguntam o que vai acontecer.
Pelo menos alguns analistas consideram que o impacto negativo nos mercados financeiros, inclusive nas ações, é moderado no curto a médio prazo e está restrito à Espanha. O índice Stoxx Europe 600, embora esteja em queda hoje, continua registrando uma alta de 0,5 por cento na semana, em contraste com a perda de 2,7 por cento do índice espanhol IBEX 35 no mesmo período.
"Os preços dos ativos de outros países não foram contagiados, como ocorreu no auge da crise da dívida da zona do euro", escreveu a diretora de pesquisa da City Index, Kathleen Brooks, em uma nota nesta quinta-feira. "Se a independência for concedida, é provável que demore muito tempo para se concretizar, tempo demais para que a maioria dos investidores mude suas decisões de investimento nesta etapa."
Nicholas Brooks, chefe de pesquisa econômica e de investimento da Intermediate Capital Group, concorda. Os investidores tendem a se concentrar excessivamente nas oscilações de curto prazo quando surgem más notícias, mas o voto catalão é uma questão interna da Espanha que não afetará substancialmente o restante da região, escreveu ele ? não é um risco comparável à ascensão do Movimento Cinco Estrelas na Itália, que poderia se tornar uma ameaça real para o euro.
O presidente catalão, Carles Puigdemont, convocou ontem mediadores externos para ajudar a negociar um acordo com o governo espanhol. Ele disse que o governo regional em Barcelona irá aplicar em breve os resultados da votação improvisada de domingo, mas não revelou como ou quando ele desencadeará o processo para sair da Espanha.
É claro que nem todos estão convencidos de que as ações estejam a salvo. Michael Hewson, da CMC Markets, alerta que a história ainda não acabou, e Brooks, da City Index, escreveu que o IBEX ainda corre o risco de sofrer outra queda forte se as tensões aumentarem.
"Estamos nos estabilizando um pouco hoje, mas os acontecimentos dos próximos dias vão determinarse o pior já passou", disse Hewson em uma mensagem.
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