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J&J avalia venda de negócio de implante de malha vaginal: Fontes

Manuel Baigorri e Cynthia Koons

10/10/2017 14h01

(Bloomberg) -- A Johnson & Johnson estuda a venda de seu produto cirúrgico de malha vaginal em um momento em que a gigante norte-americana da saúde amplia a revisão de seu negócio de tecnologias médicas para levantar recursos, segundo pessoas a par do assunto.

O negócio de malha vaginal da J&J pode alcançar US$ 500 milhões a US$ 1 bilhão em uma venda e atrair tanto empresas de saúde quanto firmas de private equity, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque o assunto é privado. As considerações estão em fase inicial e nenhuma decisão final foi tomada, disseram as pessoas.

Um representante da J&J, que tem sede em New Brunswick, Nova Jersey, EUA, preferiu não comentar.

A malha tem causado problemas legais para a J&J. A empresa foi processada por milhares de mulheres que afirmam que foram feridas pelos dispositivos, que são usados em cirurgias para fortalecer a parede interna da pelve. No mês passado, a J&J foi condenada a pagar US$ 57,1 milhões a uma mulher da Pensilvânia, EUA, que culpa as inserções de malha por danos em seus órgãos e por uma dor crônica.

Algumas empresas farmacêuticas estão vendendo ou descontinuando linhas de saúde feminina para reorientar suas carteiras e levantar recursos. Em setembro, a Teva Pharmaceutical Industries fechou a venda de sua unidade de saúde feminina em três transações separadas que totalizaram cerca de US$ 2,5 bilhões. Em fevereiro do ano passado, a Endo informou que reduziria gradualmente sua divisão de saúde feminina. A Novartis afirmou que vendeu os direitos de marca de um pacote de medicamentos anti-infecciosos utilizados para saúde feminina à firma de private equity Samara Capital.

A J&J procurou reduzir sua carteira de tecnologias médicas para captar recursos. A empresa anunciou em janeiro que estava avaliando opções para o negócio de cuidado do diabetes, incluindo venda, parceria ou joint venture. A J&J está trabalhando com o Goldman Sachs na análise do ativo, que poderia alcançar US$ 2 bilhões e atraiu interesse de firmas de private equity como Hellman & Friedman e GTCR Golder Rauner, disseram pessoas informadas sobre o assunto em março.

Após comprar a Actelion por US$ 30 bilhões neste ano, a Johnson & Johnson sinalizou que uma nova geração de medicamentos é a chave para seus lucros futuros em um momento em que o domínio de vários de seus medicamentos mais vendidos começa a diminuir.

--Com a colaboração de James Paton