Nokia descontinua câmera em novo revés da realidade virtual
(Bloomberg) -- Atribuindo a culpa ao crescimento mais lento que o esperado do mercado de realidade virtual, a Nokia interromperá o desenvolvimento de sua divisão de câmeras de RV e cortará até 310 empregos, concentrando-se mais nas oportunidades de licenciamento do setor de tecnologia.
A Nokia Technologies não produzirá novas versões de sua câmera e hardware OZO VR, apenas os contratos existentes, e planeja se concentrar mais em licenciamento de tecnologias e em produtos digitais para a saúde, informou em comunicado, nesta terça-feira.
O distanciamento em relação à RV surge após decisão similar da Intel, que recentemente fechou sua marca Recon de óculos de realidade aumentada para aplicações esportivas e industriais, segundo pessoas a par da decisão.
"O mercado de realidade virtual não decolou como esperávamos", afirmou a Nokia, em comunicado enviado por e-mail, "o que significa que precisamos otimizar nossos investimentos em realidade virtual".
Os cortes de empregos afetarão funcionários da Finlândia, dos EUA e do Reino Unido. A Nokia afirmou que ampliará o foco em seu portfólio de saúde digital, centrado na fabricante francesa de aparelhos de vestir Withings, comprada por 170 milhões de euros (US$ 190 milhões) em 2016.
A decisão de parar de produzir câmeras de RV marca o fim abrupto de um negócio antes promissor. Apresentada em 2015, a câmera OZO de 360 graus era vista como mais um sinal de que a Nokia aspirava a voltar aos aparelhos, indo além dos equipamentos de rede, depois de abandonar os telefones celulares no ano anterior.
O produto não era barato, vendido a US$ 40.000 e destinado a cineastas profissionais. No ano passado, a Nokia anunciou uma parceria com a Walt Disney para produção de conteúdo de realidade virtual.
"A Nokia Technologies está em um ponto no qual, com o foco certo e investimentos, podemos aumentar significativamente nossa presença no mercado de saúde digital e precisamos aproveitar essa oportunidade", disse Gregory Lee, presidente da Nokia Technologies, no comunicado.
Apesar de todo o investimento, a RV tem tido dificuldades para se popularizar até o momento. A tecnologia está praticamente dividida entre os headsets baratos para transformar smartphones em reprodutores de realidade virtual (como o Samsung Gear VR, de US$ 130) e equipamentos de alto padrão para jogos (como o Oculus Rift, do Facebook, de US$ 400).
Outras empresas, como a Magic Leap, uma startup com sede na Flórida que levantou mais de US$ 1,3 bilhão para construir um aparelho de computação de vestir, atualmente está tentando captar ainda mais recursos e está preparando um lançamento de produto bastante aguardado.
As fabricantes vêm fazendo experimentos com seus produtos. O Facebook, que comprou a fabricante de headsets de RV Oculus em 2014 por US$ 2 bilhões, já baixou os preços do headset Oculus e planeja novos lançamentos. No início do mês, o Google, da Alphabet, apresentou um headset de RV Daydream atualizado a US$ 99.
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