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De animes a M&A, Netflix planeja gastar US$ 8 bi em 2018

Lucas Shaw

17/10/2017 12h15

(Bloomberg) -- Enquanto os concorrentes correm para acompanhar o ritmo da Netflix, o maior serviço de TV on-line do mundo adota uma estratégia simples para manter sua liderança: é preciso gastar dinheiro para ganhar dinheiro.

A pioneira do streaming vai destinar US$ 8 bilhões à programação em 2018, um terço a mais do que em 2017. O aumento em si praticamente equivale ao total do que a HBO gasta anualmente. A Netflix, com sede em Los Gatos, na Califórnia, também vai gastar mais de US$ 1 bilhão em marketing.

O dinheiro vai financiar uma variedade cada vez maior de programação, projetada para atrair ainda mais clientes. Embora críticos tenham afirmado que essa despesa é arriscada, os investidores aprovaram o plano. As ações da Netflix atingiram um pico inédito na segunda-feira depois que o serviço de TV on-line registrou o melhor terceiro trimestre de sua história em termos de ganhos de assinantes. O orçamento de longo prazo da empresa para filmes e programas de TV totaliza US$ 17 bilhões.

Veja como a Netflix vai gastar esses US$ 8 bilhões:

80 filmes originais

O diretor de conteúdo Ted Sarandos disse que a Netflix lançará mais filmes originais em 2018 do que os três maiores estúdios cinematográficos de Hollywood (Disney, Warner Bros. e Universal Pictures) juntos.

A Netflix também está começando a financiar filmes de grande orçamento que se sentiriam em casa na tela grande ao lado de "Star Wars" e Batman, como "Bright", o filme de Will Smith que será lançado em dezembro, o que significa que a empresa é uma ameaça crescente aos cinemas. Ao lançar mais de um filme novo por semana na internet a Netflix está dando motivos para os consumidores ficarem em casa.

Anime e thrillers escandinavos

A Netflix conquistou mais de 56 milhões de clientes fora dos EUA, principalmente com programas feitos nos EUA. Agora, a empresa está aumentando a produção em vários idiomas, com o objetivo de conquistar mais usuários na Europa, na África, na Ásia e no Oriente Médio.

Negócios

A Netflix comprou a editora de quadrinhos Millarworld neste terceiro trimestre, a primeira aquisição nos 20 anos de história da empresa. Essa será a primeira de muitas transações. Embora a Netflix prefira construir, em vez de comprar, a empresa afirmou que buscaria mais oportunidades para adquirir propriedade intelectual.

Dramas adolescentes

Apesar de todo o dinheiro que a Netflix gasta em seus próprios programas, a programação licenciada de terceiros ainda representa a maior parte do gasto anual da empresa. Em uma das maiores transações até o momento, em 2016 a Netflix licenciou os direitos de "Supergirl", "The Flash" e "Riverdale" do canal CW, voltado para jovens. O CW, pertencente à CBS e à Warner Bros., é uma das poucas redes a aprofundar seus laços com a Netflix nos últimos anos. Outras empresas grandes de mídia estão tirando seus programas da Netflix para fortalecer seus próprios canais de TV e dar apoio a novos serviços de streaming.

A Netflix afirma que não está preocupada. Os programas originais agora equivalem a mais de 25 por cento do orçamento geral de programação da Netflix, e esse número continuará a crescer.

Muitos suéteres

Se sua maior ambição é ser um estúdio de Hollywood totalmente integrado, o merchandising precisa desempenhar um papel. No fim da conferência de segunda-feira com investidores, o CEO Reed Hastings e Sarandos vestiram suéteres feios de Natal relacionados ao programa de sucesso "Stranger Things". Eles fazem parte do novo impulso da Netflix pelo merchandising e estarão à venda no Target no fim deste mês.