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Economista de Stanford impressiona Trump em disputa pelo Fed

Jennifer Jacobs, Saleha Mohsin e Craig Torres

17/10/2017 13h34

(Bloomberg) -- John Taylor, economista da Universidade de Stanford e candidato a comandar o banco central dos EUA, causou boa impressão no presidente Donald Trump após uma entrevista na Casa Branca na semana passada que durou uma hora, de acordo com diversas pessoas a par do assunto.

Outro candidato, Kevin Warsh, que já foi diretor do Federal Reserve, agora tem menos chances, segundo três dessas pessoas.

As fontes não revelaram o motivo, mas as credenciais acadêmicas de Warsh não são tão robustas quanto as de seus concorrentes e o trabalho dele como diretor do Fed foi criticado por um grupo diversificado de economistas que inclui Scott Sumner e o ganhador do prêmio Nobel Paul Krugman.

Trump teceu elogios entusiasmados a Taylor após a conversa, de acordo com uma das pessoas sondadas pela reportagem. O presidente é inclinado a contratar gente com quem se relaciona bem. No entanto, ele declarou ao Wall Street Journal em julho que "gostaria de ver os juros permanecendo baixos" e Taylor batizou a conhecida regra de política monetária que favoreceria juros mais elevados.

Warsh continua entre os principais candidatos considerados por Trump, juntamente com Taylor, de acordo com as fontes. Também estão na lista a atual ocupante do cargo, Janet Yellen, o principal assessor econômico de Trump, Gary Cohn, e um diretor do Fed chamado Jerome Powell.

Trump pretende entrevistar Yellen na quinta-feira, disse uma pessoa com conhecimento da situação.

Warsh não respondeu pedido da Bloomberg de comentário. Taylor se recusou a discutir o assunto quando foi abordado durante uma conferência em Boston, na sexta-feira.

Além de deliberar sobre o comando do BC, Trump avalia nomear um representante do Departamento do Tesouro chamado David Malpass a um assento no comitê de política monetária do Fed, disse uma pessoa. Malpass foi assessor econômico dele durante a campanha eleitoral e hoje atua como subsecretário de Assuntos Internacionais.

Entrevista com Taylor

Trump entrevistou Taylor, 70 anos, na quarta-feira junto com seu chefe de gabinete, John Kelly, de acordo com uma das fontes. Ele preenche muitos dos pré-requisitos da Casa Branca: atuou no Conselho de Assessores Econômicos sob três presidentes e como assessor nas campanhas dos republicanos George W. Bush e John McCain à presidência. Ele foi subsecretário de Assuntos Internacionais do Tesouro entre 2001 e 2005.

Taylor é autoridade em política monetária. A equação que ele criou para definir a taxa básica de juros é referência para bancos centrais e economistas no mundo inteiro. Ele defende que o Fed seja mais transparente quanto à sua estratégia.

O primeiro mandato de Yellen termina em fevereiro. Trump elogiou o trabalho dela e pode nomeá-la a um novo mandato, mas muitos assessores dele são contra.

Warsh, formado em Direito, pode estar perdendo prestígio porque Trump considera candidatos como Taylor (a Ph.D. em Economia), que têm maior experiência em política monetária e liderança institucional ? atributos fundamentais do presidente do Fed. Warsh foi diretor do Fed entre 2006 e 2011, durante a crise financeira. Ele se opôs duramente à injeção de estímulo monetário adicional em 2010, embora o desemprego estivesse acima de 9 por cento e a inflação em desaceleração.

--Com a colaboração de Mark Tannenbaum