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Plantio de cânhamo triplicará no Uruguai com tropeço da maconha

Ken Parks

24/10/2017 11h00

(Bloomberg) -- A incipiente indústria do cânhamo do Uruguai está se expandindo silenciosamente à sombra de sua prima mais atraente, a maconha recreativa. O plantio da planta usada em alimentos, produtos farmacêuticos e têxteis deverá triplicar neste ano.

Nove empresas, incluindo uma subsidiária da International Cannabis, receberam autorização para plantar cerca de 1.200 hectares em 2017, segundo dados do Ministério da Agricultura. No ano passado foram plantados cerca de 400 hectares.

O cânhamo prova que é um investimento mais seguro que a maconha em um momento em que os bancos dos EUA se recusam a trabalhar com as instituições financeiras locais que atendem produtores e distribuidores autorizados de maconha no Uruguai. O país sul-americano com cerca de 3,4 milhões de habitantes foi o primeiro a legalizar a cannabis em todas as suas formas.

Os investidores planejam extrair canabidiol, ou CBD, das flores do cânhamo para exportação e para processamento posterior para produtos nutricionais e farmacêuticos quando o governo emitir as aprovações necessárias, disse Sergio Vázquez, que avalia e monitora projetos de cânhamo como chefe de um órgão consultivo técnico do Ministério da Agricultura. O CBD pode começar a ser exportado em escala comercial no ano que vem, disse ele.

Duas empresas abordaram o governo com planos para construir laboratórios de extração de CBD, disse o ministro da Saúde, Jorge Basso, a jornalistas em 13 de outubro. A International Cannabis Corporation informou em 4 de outubro que planeja terminar em abril a construção de um laboratório capaz de processar 50 toneladas de flores de cânhamo por ano.

"Os laboratórios serão a locomotiva que puxará os vagões desse setor", disse Vázquez. "O plantio só explodirá quando os laboratórios precisarem de muitas flores."

--Com a colaboração de Daniela Guzman