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Empresa aérea recebe 29 queixas de racismo em 20 meses

A American Airlines se tornou alvo de reclamações sobre discriminação racial - Joe Raedle/Getty Images/AFP
A American Airlines se tornou alvo de reclamações sobre discriminação racial Imagem: Joe Raedle/Getty Images/AFP

Jeff Green, Jordyn Holman e Mary Schlangenstein

26/10/2017 13h35

(Bloomberg) -- Passageiros da American Airlines apresentaram 29 reclamações de discriminação racial nos últimos 20 meses, a maior quantidade entre as empresas aéreas que operam nos EUA, segundo dados compilados pelo Departamento de Transporte dos EUA.

Os passageiros de avião frequentemente estão insatisfeitos, mas o tratamento recente dispensado pela American a passageiros afro-americanos chamou a atenção em particular.

Na terça-feira (24), a National Association for the Advancement of Colored People (NAACP) emitiu um "alerta de viagem" sobre a empresa aérea, mencionando quatro incidentes que, segundo a associação, "sugerem uma cultura corporativa de insensibilidade racial e possivelmente um preconceito racial".

Alguns usuários do Twitter também criticaram experiências com a American usando as hashtags #Happened2MeOnAA e #FlyingWhileBlack.

A NAACP, uma das mais antigas organizações de defesa dos direitos civis nos EUA, solicitou uma reunião com a empresa aérea para discutir suas preocupações. Desde que emitiu o alerta de viagem, a organização têm recebido mais exemplos de clientes e funcionários da American, disse Aba Blankson, vice-presidente de comunicação da associação.

A American Airlines Group afirmou que convidaria representantes da organização à sede da empresa em Fort Worth, Texas. A empresa observou que atende a 500 mil clientes por dia em cinco continentes.

"Não toleramos nem toleraremos nenhum tipo de discriminação", disse o CEO da American, Doug Parker, em memorando aos funcionários na quarta-feira (25). Parker é um entre centenas de CEOs que assinaram um compromisso para estimular as empresas a se empenharem mais no apoio à diversidade.

A American não quis comentar as queixas feitas ao governo.

Tamika Mallory, uma das organizadoras da Marcha das Mulheres, se tornou uma crítica notável da empresa aérea. Ela foi expulsa de um voo da American Airlines --injustamente, segundo ela-- após uma disputa por um assento na semana passada.

No Twitter, ela escreveu que aquele não foi um incidente isolado e disse que iria "pedir mudanças nas políticas por todos nós."

Queixas no Twitter

Outros usuários do Twitter descreveram que foram barrados em voos por agentes no portão de embarque e socados no peito por um comissário de bordo. Um usuário, que afirma ser um jovem muçulmano negro, disse que um comissário o denunciou às autoridades porque ele estava com capuz.

A empresa aérea "também escutou as vozes dos clientes que responderam às publicações da Sra. Mallory nas redes sociais, onde compartilharam conosco experiências incompatíveis com nosso compromisso de tratar todos os clientes com igualdade e respeito. É por isso que convidamos a Sra. Mallory a se reunir com membros importantes de nossa equipe em nossa sede", disse Shannon Gilson, uma porta-voz, em comunicado enviado por e-mail.

A NAACP advertiu aos passageiros afro-americanos que "reservar e embarcar em voos da American Airlines pode expô-los a condições desrespeitosas, discriminatórias ou inseguras".

Em agosto, a organização também emitiu um alerta de viagem para o Estado de Missouri, primeira vez que o grupo faz isso para um Estado, mencionando uma "série de incidentes questionáveis ligados à raça".

(Com a colaboração de Justin Bachman)

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