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Microsoft quer usar células de combustível para centros de dados

Anna Hirtenstein

31/10/2017 13h53

(Bloomberg) -- A Microsoft está trabalhando para usar células de combustível em suas torres de servidores, que consomem muita eletricidade. Segundo a empresa, essa tecnologia poderia dobrar a eficiência da energia usada.

A empresa de software está testando como usar os dispositivos para gerar eletricidade e planeja instalar uma célula de combustível de 10 megawatts em poucos anos com um custo de cerca de US$ 45 milhões.

"Esta tecnologia é muito, mas muito revolucionária, e estamos investindo muito tempo e dinheiro nela", disse Sean James, gerente principal do programa de pesquisa e desenvolvimento sobre estratégia de energia da Microsoft. "Poderíamos quase dobrar a eficiência no uso de energia. Conseguimos modelar e medir isso no laboratório com células de combustível."

As células de combustível eram tão caras que só eram usadas em laboratórios e projetos espaciais, mas agora foram adotadas em aplicações mais comerciais no intuito de conseguir formas de energia menos poluentes. Elas geram eletricidade através de uma reação química com gás natural, hidrogênio ou um biocombustível. As empresas que estão desenvolvendo células, como Ballard Power Systems, Ceres Power Holdings e FuelCell Energy, também pretendem utilizá-las para aquecer casas e aumentar a autonomia dos veículos elétricos.

Os investimentos no setor de células de combustível caíram muito nos últimos anos, com uma contração de 85 por cento entre 2015 e 2016, segundo dados da Bloomberg New Energy Finance.

"As células de combustível eram vistas como a resposta aos veículos elétricos na década de 2000, mas nunca conseguiram atingir a escala de economia que vemos nas baterias", disse James Frith, analista de armazenamento de energia da Bloomberg New Energy Finance. "Isto fez com que elas fossem praticamente deixadas de lado."

Os centros de dados são um bom mercado para as células de combustível pela quantidade de eletricidade que consomem. Eles usam mais de 1 por cento da eletricidade do mundo. Projeta-se que essa demanda aumentará à medida que a população global se tornar cada vez mais tecnológica e mais objetos forem transformados em dispositivos que se conectem à internet, como termostatos e chaleiras. Por volta de 2020, projeta-se que 1 milhão de dispositivos novos se conectarão à internet por hora, segundo a Microsoft.

A Microsoft também se sente atraída pelas células de combustível porque elas geram menos gás de efeito estufa que as fontes tradicionais. Elas emitem pequenas quantidades de CO2, mas nenhum poluente, como o enxofre ou os óxidos de nitrogênio normalmente produzidos na queima de combustíveis fósseis. A Microsoft obtém 50 por cento de sua eletricidade com energia solar, eólica e hidrelétrica e pretende aumentar essa proporção para 60 por cento até 2020.

"Basicamente, o que queremos fazer é sair da pesquisa e desenvolvimento assim que possível e passar a usar as células para abastecer o centro de dados, esperamos fazer isso o quanto antes", disse James. "Infelizmente, temos um problema na rede de abastecimento. Preciso de centenas de megawatts dessas coisas."