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Cotado para a Presidência, Doria defende 'privatização gradual' da Petrobras

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB) - Bruno Rocha/Estadão Conteúdo
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB) Imagem: Bruno Rocha/Estadão Conteúdo

Vanessa Dezem e Julia Leite

03/11/2017 11h53

(Bloomberg) -- A quase um ano das eleições gerais em outubro do ano que vem, o prefeito de São Paulo João Doria --que já demonstrou ambições de chegar à Presidência-- defende agora que os partidos de centro-direita formem uma plataforma única para combater candidatos extremistas. Em entrevista à agência de notícias Bloomberg na capital paulista, ele detalhou algumas de suas opiniões sobre a política econômica.

Privatizações

Doria apoia "a privatização gradual" da Petrobras. "Não há necessidade de a Petrobras seguir sendo uma estatal. Não podemos ter medo de fazer aquilo que é importante fazer para reinserir o Brasil no contexto do mundo. O Brasil está muito isolado", ele disse. O prefeito também é favorável à privatização da Eletrobras e de portos, aeroportos, ferrovias e hidrovias.

Reformas

Doria apoia as reformas estruturais que o presidente Michel Temer tenta implementar. A ordem de importância seria concluir a reforma trabalhista, votar a reforma da Previdência no Congresso e avançar as reformas tributária e política. "O próximo presidente terá de priorizar a reforma da Previdência", ele disse.

Relações comerciais

Doria quer rever as tarifas de importação de modo "ajuizado" para a economia nacional ficar mais aberta. "Precisamos evitar qualquer protecionismo que limite o crescimento econômico", ele afirmou.

Banco Central

"O Bacen [Banco Central], embora não independente, tem autonomia e essa autonomia tem sido respeitada e bem interpretada pelo mercado", de acordo com Doria. "Não precisa mais do que isso, se houver essa responsabilidade bem definida e bem praticada."

Equipe econômica

Doria considera a equipe econômica atual boa --está produzindo resultados, uma vez que a recessão ficou para trás. Ele elogiou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi. Ele citou o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga como um dos que deveriam contribuir com conhecimento e experiência para o desenvolvimento do país.

Programas sociais

A criação de postos de trabalho será a questão central das eleições de 2018. "Nós precisamos falar de emprego, não só de privatização", ele disse. Para Doria, o Bolsa Família precisa ser preservado. A segurança pública é um tema que precisará ser enfrentado pelo próximo governo. A pobreza contribui para a violência e a proposta de Jair Bolsonaro de armar a população para combater o crime não é boa, segundo Doria.

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