IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Excesso de cautela freia revolução tecnológica nas finanças

Lukanyo Mnyanda

16/11/2017 14h13

(Bloomberg) -- A revolução tecnológica do setor financeiro está sendo dificultada pela falta de influência dos especialistas em informática nos conselhos de administração e pelo fato de seus superiores não entenderem o trabalho e relutarem em financiá-lo, segundo uma pesquisa.

Oitenta e seis por cento dos entrevistados na pesquisa da Excelian Luxoft Financial Services disseram ter defendido recentemente algum projeto digital grande que fracassou por não receber aprovação do conselho. Os executivos de TI britânicos expressam uma frustração particular: 85 por cento reclamam que os gerentes seniores não entendem muito de tecnologia, contra 76 por cento na Alemanha.

"Está mais difícil do que nunca trabalhar como executivo de TI em uma instituição financeira", disse Roman Trakhtenberg, diretor administrativo grupal e chefe global da unidade, na pesquisa publicada na quinta-feira. Eles "querem ser o portal para a inovação", mas em vez disso estão "parados lidando com sistemas internos antigos e riscos cibernéticos iminentes e não recebem o apoio necessário para implantar mudanças reais".

A unidade da empresa de desenvolvimento de software e TI Luxoft Holding encomendou a pesquisa com mais de 200 executivos do setor de tecnologia que trabalham em bancos e gestoras de recursos no Reino Unido, na Alemanha, na Áustria e na Suíça, seu país de origem.

A inovação tecnológica é um dos tópicos mais discutidos do setor financeiro. O rápido crescimento dos fundos quantitativos e da aprendizagem de máquina gera debates sobre o quanto os computadores acabarão substituindo os seres humanos. No entanto, embora as técnicas sejam bem-vindas em empresas que buscam aumentar lucros e reduzir custos, às vezes nem os próprios executivos do setor bancário entendem como elas funcionam.

Esta falta de compreensão atrasa as instituições financeiras, cujos departamentos de TI muitas vezes são impedidos de inovar com tecnologias como inteligência artificial e blockchain, afirmou a Excelian Luxoft. Há um custo humano, também: 22 por cento dos executivos da tecnologia afirmam que a falta de apoio de seus superiores tira seu sono.