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Uber retoma recursos básicos para conquistar a Índia

Saritha Rai

21/11/2017 14h14

(Bloomberg) -- Na Índia, chamar um Uber é algo completamente diferente. Não existem endereços, ou eles quase nunca são úteis, e a maioria das pessoas usa smartphones mais velhos em um país com velocidades limitadas de dados móveis.

Para superar esses desafios, a Uber Technologies lançará novos recursos no segundo país mais populoso do mundo. Os clientes poderão reservar corridas em uma versão nova e mais leve do aplicativo para a internet. Nas próximas semanas, a empresa com sede em São Francisco apresentará o recurso "Request for Guest", que permite que os usuários solicitem um Uber para outra pessoa, até mesmo para quem não tem celular. "Call to Ride", um recurso que está sendo testado em Pune, permite que as pessoas liguem para reservar uma corrida de locais conhecidos com um código alfanumérico exibido em um ponto de reserva.

"Não estamos aqui para criar uma 'novidade sofisticada', queremos trabalhar para ter o maior impacto sobre a base maior possível", disse Daniel Graf, diretor de produtos da Uber, que visitou três cidades na Índia para saber como o transporte funciona.

A Uber surgiu há quatro anos e atualmente tem 450.000 motoristas em 29 cidades, mas ela está concorrendo com Ola, um serviço da ANI Technologies. As duas empresas tiveram um desempenho equiparável neste ano em termos de quantidade de downloads do aplicativo e de corridas diárias, segundo vários relatórios publicados. A Ola, que estreou dois anos antes que a Uber e pretende captar US$ 2 bilhões em uma rodada de financiamento, já levantados parcialmente da SoftBank Group, tem 800.000 veículos e opera em 110 cidades.

Problemas

Além de precisarem encontrar formas de lidar com a lentidão do trânsito e da conectividade da internet móvel, as empresas também devem se empenhar para que seus serviços se tornem mais acessíveis. A Uber já anuncia suas tarifas "paisa vasool" (expressão coloquial para "dinheiro que rende") para corridas compartilhadas a partir de apenas 29 rúpias (US$ 0,45) em cidades como Bangalore, para tornar as corridas acessíveis para quem normalmente vai ao trabalho de ônibus ou em triciclos motorizados.

"A meta desta viagem é mergulhar na experiência", disse Manik Gupta, diretor de mapas, que acompanhou Graf na visita. O terceiro executivo da Uber que participou da missão de pesquisa em Nova Déli, Bangalore e Hyderabad era Peter Deng, diretor de experiência do passageiro. Os três tentavam entender melhor os usuários e os costumes locais e observar os engarrafamentos diretamente, disseram. Em Hyderabad, Graf disse que a viagem de moto UberMOTO que ele fez "foi tranquila". "Estamos demonstrando nosso forte comprometimento ao investir em produtos como corridas em moto e compartilhadas", disse ele.

Durante a visita, os três relataram ter perdido a conexão várias vezes na tentativa de chamar táxis pelo aplicativo, foram desviados de redes 4G para redes 3G com velocidades muito mais baixas, tiveram dificuldades para pagar corridas com dinheiro, visitaram a casa dos passageiros para escutar queixas sobre a precisão dos locais e a confiabilidade da projeção do tempo de chegada e conversaram com motoristas sobre a previsibilidade dos resultados e a transparência das tarifas.

"Queremos abarcar o maior campo possível e reduzir ao mínimo os contratempos na experiência da Uber", disse Graf.