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American fica sem pilotos para milhares de voos após erro

Mary Schlangenstein

30/11/2017 15h33

(Bloomberg) -- A American Airlines corre para solucionar uma falha de programação que deu folgas demais a pilotos em dezembro -- problema que deixou mais de 15 mil voos sem tripulação suficiente em meio à correria de fim de ano, segundo uma associação que representa os pilotos da empresa aérea.

A Associação de Pilotos Aliados (APA, na sigla em inglês) estimou o número de voos afetados entre 17 de dezembro e 31 de dezembro com base em informações fornecidas pela empresa aérea, disse Dennis Tajer, porta-voz do sindicato. O porta-voz da American, Matt Miller, preferiu não quantificar o possível número de voos envolvidos, afirmando que a companhia espera corrigir o problema a tempo de evitar interrupções no serviço.

"Estamos trabalhando diligentemente para resolver o problema e esperamos evitar cancelamentos nesta temporada de fim de ano", disse Miller. O número de voos envolvidos diminuirá a cada dia à medida que a empresa aérea os reorganizar, disse ele.

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O problema do sistema de informática forçará a American a refazer seu cronograma de pessoal, de forma similar à medida adotada pelas empresas aéreas após grandes distúrbios climáticos, disse John Cox, CEO da consultoria Safety Operating Systems e ex-piloto de empresa aérea comercial. As receitas serão afetadas se a American precisar cancelar muitos voos. No mínimo, a aérea deverá enfrentar custos maiores com mão de obra, justamente em um momento em que os investidores estão intensificando o controle das despesas da companhia.

"Será desafiador, mas não creio que haverá cancelamentos em massa", disse Cox. "Será preciso trabalhar longas horas, mas acho que a grande maioria será coberta de uma forma ou de outra."

Queixa de associação

As ações da American apresentavam pouca mudança, negociadas a US$ 49,25 no último fechamento do pregão em Nova York após eliminar um ganho anterior de 3,9%. Todas as demais grandes empresas aéreas dos EUA avançavam significativamente, gerando o maior aumento em quase dois meses de um índice focado nas cinco maiores aéreas dos EUA. A American subiu 5,5% neste ano, contra uma alta de 2,7% do índice.

A empresa aérea com sede em Fort Worth, Texas, está oferecendo aos pilotos 1,5 vez seu salário normal por hora para que tomem alguns dos voos, a melhor tarifa estabelecida no contrato deles, disse Miller. A empresa também tem um número maior que o normal de pilotos na reserva em dezembro que preencherão "uma boa fatia" dos voos afetados, disse.

A APA, que representa 15 mil pilotos americanos, apresentou queixa afirmando que a solução proposta viola o pacto de trabalho. O sindicato quer conversar com a American para encontrar uma solução que motive os pilotos a desistirem das folgas já concedidas após anos de trabalho durante as festas de fim de ano, disse Tajer.

"Isto certamente não é rotina", disse Tajer. "Isto é uma crise no momento, e eles entraram sozinhos nesta crise."

A falha fez com que o sistema de agendamento mostrasse que a American tinha ampla cobertura de pessoal para alguns voos planejados quando na verdade não havia, disse Miller. O sistema permitiu que os pilotos abandonassem algumas viagens que haviam sido atribuídas a eles no mês que vem porque mostrava erradamente que havia membros suficientes da tripulação dispostos a trabalhar nos voos.

Para ser piloto da Esquadrilha da Fumaça, precisa ter 1.500 horas de voo

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