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Executivo prevê carros de entrega e táxis autônomos já em 2018

Keith Naughton e Gabrielle Coppola

05/12/2017 13h37

(Bloomberg) -- Os veículos autônomos estarão prontos para circular no ano que vem, embora o trabalho para torná-los acessíveis aos consumidores individuais ainda esteja "em estágio inicial", segundo o CEO de uma empresa que trabalha com a tecnologia.

Os primeiros clientes dos veículos autônomos serão empresas que empregarão veículos de entrega e táxis-robô, disse Kevin Clark, CEO da Delphi Automotive. As empresas estão motivadas a eliminar o custo dos motoristas e têm mais fôlego que os consumidores para bancar uma tecnologia autônoma cara.

"Observando o mercado comercial -- áreas onde há um motorista por veículo --, vemos que há incentivo financeiro para usar direção autônoma", disse Clark, cuja empresa começa a operar em bolsa sob o nome Aptiv nesta terça-feira, em entrevista concedida na segunda-feira. "Esses clientes estão dispostos a pagar um preço muito maior."

A Delphi se dividiu em duas empresas nesta semana, sendo a Aptiv focada em carros conectados e autônomos e a Delphi Technologies especializada em conjuntos de motor e transmissão elétricos e a gasolina. A cisão busca capitalizar a mudança da dinâmica do setor automotivo, que tem forte demanda por fornecedores com experiência em tecnologia de direção autônoma e eletrificação devido a mudanças drásticas iminentes.

A General Motors, que prometeu lançar 20 veículos totalmente elétricos até 2023, anunciou na semana passada que colocará táxis-robô nas ruas em 2019. A Waymo, a unidade de carros autônomos da Alphabet, a empresa controladora do Google, superou a casa de 6,4 milhões de quilômetros em testes rodoviários e promete oferecer em breve veículos sem motorista ao público.

Custos do lidar

O mercado para aquisição de veículos autônomos por consumidores individuais só começará a se desenvolver depois de 2025, disse Clark, à medida que o aumento das vendas a clientes corporativos ajude a reduzir os custos de um componente fundamental chamado lidar, um radar a laser que lança luz nos objetos para avaliar as formas e a localização deles. O lidar atual, que envolve peças mecânicas em movimento, ajuda a elevar o custo dos sistemas autônomos a algo entre US$ 80.000 e US$ 150.000. Esse preço cairá para US$ 5.000 por volta de 2025, disse Clark.

O mercado de consumo se desenvolverá quando o lidar funcionar em estado sólido, sem peças móveis que se desgastam, disse ele.

Antes da cisão que está formando a Aptiv, a Delphi vinha adquirindo startups capazes de ajudá-la a se transformar em uma empresa de software focada em sistemas para veículos autônomos. A empresa fechou acordo para pagar US$ 450 milhões em outubro pela compra da startup de direção autônoma NuTonomy, com sede em Boston, para acelerar a introdução de uma frota de testes de táxis-robô em Cingapura e para ampliar sua equipe de engenharia.

A Aptiv trabalha, junto com a Intel e sua unidade Mobileye, em um sistema de direção autônoma que deverá ser vendido a fabricantes de veículos em 2019. No início deste ano, a Delphi também se aliou a BMW, Intel e Mobileye para formar um consórcio para criar sistemas de direção totalmente autônomos.