Google se expande na China com centro de IA em Pequim
(Bloomberg) -- O Google está aprofundando sua incursão na China enquanto busca uma vantagem em um dos campos mais competitivos da tecnologia: a inteligência artificial.
A unidade da Alphabet anunciará a abertura de uma nova instalação de pesquisa em Pequim nesta quarta-feira, durante sua segunda conferência anual de desenvolvedores em Xangai, afirmou a empresa. O Google AI China Center terá um pequeno grupo de pesquisadores apoiado por várias centenas de engenheiros residentes na China.
O Google vem reconstruindo sua presença na China, onde desafiou o governo em 2010 recusando-se a autocensurar conteúdo de pesquisa e vendo depois a maioria de seus serviços ser bloqueada. A gigante dos EUA aumentou a contratação e a promoção de suas ferramentas TensorFlow AI, aspectos que o CEO Sundar Pichai destacou em sua visita à China no início deste mês.
Mostrar à China que você está "contribuindo para o desenvolvimento do país criando empregos, treinando engenheiros e, em última instância, construindo uma base de proficiência em tecnologia de ponta ajuda a desenvolver uma boa relação com a China", disse Mark Natkin, diretor administrativo da Marbridge Consulting em Pequim.
O fato de o governo chinês ter tornado a IA uma prioridade nacional também ajuda. As autoridades anunciaram em julho planos para desenvolver uma indústria capaz de gerar uma produção anual de 400 bilhões de yuans (US$ 60 bilhões) até 2025 e um líder mundial na ciência até 2030.
A medida mais recente do Google para formalizar sua presença no campo de IA no país é um reconhecimento tácito de que as empresas e os governos da China e dos EUA estão em uma corrida para determinar como a arte e a ciência da IA serão aplicadas em todo o mundo.
A empresa não quis especificar quantas pessoas contratará, mas informou que pretende ampliar a equipe e está recrutando ativamente.
"Será uma equipe pequena focada no avanço da pesquisa básica de IA em publicações, conferências acadêmicas e troca de conhecimentos", disse Fei-Fei Li, cientista-chefe da unidade de nuvem do Google, que vai dirigir o centro de pesquisa de Pequim.
Atrair os melhores profissionais não será fácil. O Google enfrenta uma concorrência feroz das gigantes chinesas Alibaba Group Holding, Tencent Holdings e Baidu. As rivais locais, que dominam a cena tecnológica nacional, oferecem aos engenheiros uma combinação potente de conjuntos incomparáveis de dados de usuários e pacotes salariais lucrativos.
As aplicações de inteligência artificial, como o reconhecimento de imagens, só se tornam precisas e úteis se forem alimentadas com grandes quantidades de dados detalhados de usuários. Isso ajudou a impulsionar o desenvolvimento chinês graças aos 731 milhões de usuários de internet do país, que normalmente fornecem informações mais detalhadas do que os usuários ocidentais. Por exemplo, o fornecedor de empréstimos de curto prazo Yongqianbao, também conhecido como Smartfinance, determina se um usuário pode receber um empréstimo monitorando 1.200 dados, como a frequência em que ele carrega o celular e se as pessoas retornam suas ligações.
Como não possui uma base forte de usuários chineses, o Google não conta com dados tão detalhados sobre a população do país. No entanto, a empresa diz que o centro de IA está mais interessado em atrair pesquisadores de primeira linha que estão surgindo na China do que em obter dados.
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