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Robôs vão revolucionar empregos sem acabar com eles, diz estudo

Fernando Donasci/UOL
Imagem: Fernando Donasci/UOL

Catherine Bosley

28/12/2017 15h34

(Bloomberg) -- A automação não provocará desemprego em massa, mas pode exacerbar a desigualdade ao transferir o trabalho para ocupações criativas e de tomada de decisão, afirmou o Institute for Public Policy Research (IPPR), do Reino Unido.

O instituto estima que a tomada do controle por computadores e robôs poderá elevar a produção econômica do Reino Unido em 10% até 2030, graças aos ganhos de produtividade, mas que o impacto da mudança provavelmente será sentido no segmento de baixa qualificação, cujo salário anual equivale a 290 bilhões de libras (US$ 390 bilhões) por ano.

Os empregos com baixos salários têm probabilidade cinco vezes maior de serem eliminados em comparação com as funções mais bem pagas, e, sem políticas governamentais corretivas, o resultado provável para a sociedade é a distribuição menos equitativa de riqueza, renda e poder.

"A maioria dos empregos provavelmente será realocada, e não eliminada, a produção econômica aumentará e serão criadas novas fontes de riqueza", afirmou o relatório. "Por isso, o maior desafio da automação será a distribuição justa de suas recompensas."

A automação pode ajudar a resolver o quebra-cabeça da produtividade do Reino Unido após anos de ganhos fracos de produção por trabalhador. Devido ao investimento fraco do passado, o Reino Unido tem espaço para alcançar seus pares na adoção de novas tecnologias, segundo o IPPR. O Banco da Inglaterra calcula que produtividade começará a acelerar no ano que vem.

Muitos empregos já podem ser repassados a computadores e robôs com a tecnologia atual, segundo o IPPR. Os setores de transporte, manufatura e comércio atacadista e varejista estão entre os prováveis afetados. E como os homens superam as mulheres em número em áreas de qualificação elevada, a automação também poderia aumentar a desigualdade de gênero.

Para reduzir o ônus social dessa mudança, o governo precisa oferecer mais apoio às pessoas e empresas para ajudá-las a se posicionarem no novo ambiente econômico, afirmou o instituto. O IPPR também defendeu a criação de um órgão para regular a automação e as novas formas de propriedade do capital para evitar a concentração indevida de riqueza.

"Isso poderia incluir também a criação de fundos de propriedade de funcionários para conceder aos trabalhadores uma fatia maior das empresas para as quais trabalham e uma declaração de titularidade sobre o valor que eles ajudam a criar", afirmou.

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