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Uruguai quer atrair mineiros de bitcoin com energia limpa

Ken Parks

03/01/2018 09h57

(Bloomberg) -- Uma empresa de energia eólica e solar da América do Sul tem uma mensagem para mineiros de criptomoedas de todo o mundo: venham para o Uruguai, uma democracia estável repleta de energia renovável.

A Ventus Ingeniería está em negociações com um investidor chinês para ajudar a financiar uma instalação de 200 quilowatts neste ano, de acordo com Francis Raquet, diretor de desenvolvimento de negócios da empresa com sede em Montevidéu. E tem planos de fazer ainda mais negócios.

As redes informáticas que geram bitcoins e outras criptomoedas consomem muita energia e se tornaram objeto de análises minuciosas porque aumentaram a demanda por eletricidade obtida a partir do carvão. O Uruguai pode estar bem posicionado para aproveitar o interesse crescente pelas moedas digitais porque o país gerou cerca de 98 por cento de sua eletricidade de fontes renováveis no ano passado, de acordo com a empresa de energia estatal UTE. A Ventus tem minado bitcoins em pequena escala em dois parques eólicos desde dezembro de 2016, segundo Raquet.

Embora na região existam países com eletricidade mais barata, o Uruguai oferece aos mineiros de bitcoin que buscam diversificação geográfica a oportunidade de fazer negócios em uma democracia estável que possui energia ecológica em abundância e excelentes conexões de internet com o resto do mundo, disse Raquet em entrevista por telefone na terça-feira. Ele preferiu não nomear o potencial investidor chinês.

A instalação planejada ajudaria a Ventus a identificar e solucionar os obstáculos regulatórios para a mineração de criptomoedas antes de embarcar em projetos maiores. A empresa poderia chegar a fornecer metade dos US$ 15 milhões a US$ 20 milhões necessários para concluir uma instalação de 10 megawatts que despertou o interesse de mineiros de criptomoedas que operam na China, na Argentina, nos EUA e na Islândia, disse Raquet. A empresa opera 80 megawatts de energia eólica no Uruguai.

A companhia também considera emitir sua própria criptomoeda na Argentina para financiar um projeto proposto de US$ 11 milhões e 7 megawatts perto de Bahía Blanca, a sudoeste de Buenos Aires. A Ventus está trabalhando com o escritório Tavarone, Rovelli Salim & Miani para avaliar os obstáculos regulatórios para uma chamada oferta inicial de moeda.

"Nós estamos estudando isso há muito tempo", disse Raquet. "Seria outro modo de financiar projetos de energia renovável."