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Kalanick, cofundador da Uber, planeja vender 29% de sua fatia

Eric Newcomer

05/01/2018 11h01

(Bloomberg) -- O ex-CEO da Uber Technologies, Travis Kalanick, que sempre se vangloriou de nunca ter vendido ações da empresa que ajudou a fundar, planeja vender cerca de 29 por cento de sua participação no aplicativo de transporte, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

Kalanick pode embolsar cerca de US$ 1,4 bilhão com a operação com o SoftBank Group e um consórcio de investidores que fecharam um acordo para comprar ações, avaliando a Uber em US$ 48 bilhões, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as negociações são privadas. Kalanick, que detém 10 por cento da empresa, ofereceu vender metade de sua fatia -- o máximo permitido aos membros do conselho. O executivo teve de reduzir o montante devido aos limites estipulados no acordo entre a Uber e os compradores, segundo as fontes.

Sendo uma das pessoas mais ricas do mundo no papel, Kalanick se tornaria um bilionário de fato pela primeira vez como resultado da venda. Kalanick foi pressionado a renunciar no ano passado em meio a disputas legais e a uma série de investigações do governo sobre o modelo de negócios da empresa. O executivo também bateu de frente com Benchmark, um dos maiores e mais antigos investidores da Uber, que também está vendendo parte de sua participação.

Os termos do acordo impedem os vendedores de se desfazerem de mais de 58 por cento das ações inicialmente oferecidas, fazendo com que Kalanick venda uma parcela menor de sua participação. Porta-vozes da Uber e Kalanick preferiram não comentar.

A GV, empresa de capital de risco da Alphabet, ofereceu muito menos da metade de sua fatia na Uber, apesar da Waymo, subsidiária de carros autônomos da Alphabet, estar processando a empresa de transporte, acusada de roubar segredos comerciais. Em outubro de 2017, a CapitalG, outra firma de investimento da Alphabet, informou que estava liderando um investimento na Lyft, principal rival da Uber nos Estados Unidos.

O negócio com o SoftBank deve ser fechado ainda neste mês. Quando finalizado, uma série de reformas em governança que efetivamente reduzem a influência de Kalanick na Uber entrarão em vigor.