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Mineradoras devem evitar negócios `estúpidos', dizem analistas

Thomas Biesheuvel

05/01/2018 14h00

(Bloomberg) -- As maiores mineradoras do mundo estão próximas da expansão - desde que elas não estraguem tudo esbanjando o dinheiro em transações absurdas, segundo a Sanford C. Bernstein.

As mineradoras estão em um momento excelente, animadas com os preços de commodities que atingiram uma sequência recorde e anos de medidas de autoajuda que fortaleceram os balanços. Mas para que os investidores recebam todos os benefícios, o setor não deve repetir os erros do passado, disseram analistas da Bernstein, entre eles Paul Gait, em um relatório nesta sexta-feira.

"As mineradoras parecem estar na posição mais saudável que observamos em anos", disse Gait no relatório. "Agora, o verdadeiramente importante para os investidores, e, portanto, para a avaliação do setor, é a confiança em que de agora em diante mais dinheiro fluirá de volta para os acionistas."

As mineradoras foram obrigadas a vender ativos para diminuir suas dívidas e tranquilizar os investidores em 2015, durante uma forte queda nos preços das commodities que ameaçou a sobrevivência de alguns dos maiores nomes do setor. A recuperação nos preços dos metais e a reestruturação de balanços fizeram com que o setor ressuscitasse e passasse a focar no crescimento e nos retornos para os acionistas.

Hoje, os investidores parecem apoiar o setor. O índice FTSE 350 Mining opera no valor mais alto em quase cinco anos e a Anglo American e a Glencore mais do que quadruplicaram seus valores nos últimos dois anos. "Contudo, o setor já mostrou indisciplina com o capital e o retorno de dinheiro aos acionistas no passado, quando gastava isso em projetos novos e em muitas aquisições".
A Bernstein diz que do fluxo de caixa de US$ 1,7 trilhão do setor, nos últimos 20 anos, quase US$ 1,2 trilhão foram destinados ao dispêndio de capital e transações, e somente US$ 320 bilhões a dividendos.

"Ser uma mina de ouro não tem nada de errado", disse Gait no relatório. "Um golpe mortal em particular para a reconstrução da confiança entre os investidores e a administração das mineradoras - especialmente para o grande número de novos líderes nos conselhos e entre os executivos - seriam fusões e aquisições com megatransações presunçosas."