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Google pretende filtrar vídeos do YouTube Premium: Fontes

Mark Bergen

12/01/2018 13h24

(Bloomberg) -- O Google planeja uma nova iniciativa para analisar os vídeos do YouTube de maior destaque, que são agrupados para os principais anunciantes, disseram pessoas a par do assunto. O objetivo desta medida é resolver as reiteradas preocupações de que conteúdos inadequados sejam exibidos junto com as mensagens de marcas.

A nova abordagem será aplicada aos vídeos que fazem parte do Google Preferred, um conjunto de canais populares do YouTube que o Google vende aos anunciantes a preços mais altos, disseram essas pessoas. Elas pediram anonimato por falarem sobre planos privados da empresa.

Nos últimos meses, anunciantes e outros se queixaram da falta de filtros em alguns vídeos envolvendo crianças e estrelas populares, como Logan Paul -- a segunda rodada de observações desse tipo no ano passado.

O Google informou aos parceiros que planeja usar moderadores humanos -- a empresa anunciou recentemente que contará com 10.000 funcionários dedicados a essa tarefa --, além de software de inteligência artificial para identificar vídeos considerados inadequados para anúncios.

"Construímos o Google Preferred para ajudar os nossos clientes a chegarem facilmente ao público mais fiel do YouTube e vimos um forte apelo no ano passado com um número recorde de marcas", escreveu uma porta-voz do Google, que pertence à Alphabet, em uma declaração enviada por e-mail. "Como afirmamos recentemente, estamos discutindo e buscando feedback de nossas marcas parceiras sobre maneiras de oferecer-lhes ainda mais garantias sobre o que elas compram no Upfronts."

O Upfronts é um processo anual de vendas do setor publicitário, realizado geralmente no fim de maio, em que as marcas se comprometem a comprar muitos spots de marketing antecipadamente. Antes do Upfronts do ano passado, o discurso de que o YouTube é melhor do que a TV já estava abalado por causa de combinações pouco frequentes, mas irritantes, de propagandas de marcas íntegras ao lado de vídeos ofensivos. Vários dos principais anunciantes cortaram gastos no YouTube no início de 2017 depois que foram encontrados alguns anúncios em vídeos que fomentavam o racismo e o terrorismo.

O YouTube enfrentou outra onda de críticas e preocupação dos anunciantes, desta vez sobre os vídeos voltados para crianças. Reportagens recentes da mídia mostraram que alguns desses canais publicam conteúdos abomináveis.

O YouTube também está lidando com as consequências de uma crise envolvendo um de seus criadores mais populares. Logan Paul, proeminente celebridade do YouTube, publicou na semana passada um vídeo de um cadáver no Japão após um aparente suicídio. Na quarta-feira, o Google anunciou que removeu os vídeos de Paul do Google Preferred.