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Presidente do conselho do UBS teme correção `enorme' do bitcoin

Patrick Winters, Francine Lacqua e Jan-Henrik Foerster

24/01/2018 13h24

(Bloomberg) -- O presidente do conselho do UBS, Axel Weber, disse que o banco suíço não negociará bitcoins, nem oferecerá o ativo aos clientes no varejo, porque a ampliação da regulação poderia provocar uma "enorme" queda no valor.

"É algo com preço muito pouco claro", disse Weber em entrevista à Bloomberg TV, nesta quarta-feira, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. "Nosso temor é que, no futuro, se esses investimentos implodirem e o mercado fizer uma correção, os investidores apontarão para quem vendeu a eles."

Há abundantes sinais de que existe uma supervisão maior a caminho -- a Coreia do Sul debate a possível proibição das bolsas de bitcoins em meio a preocupações sobre lavagem de dinheiro e evasão fiscal e a China está na vanguarda da tentativa de controlar a tecnologia.

A Comissão Europeia afirmou neste mês que poderá ampliar a regulação das moedas virtuais devido a sinais de bolha de preços. Na Europa, o Nordea Bank proibiu os funcionários de negociarem bitcoins e outras criptomoedas.

Há muito pouca elasticidade na oferta de bitcoin, por isso cada aumento de demanda resulta diretamente em aumento de preço, disse o presidente do conselho do UBS. Weber pediu que os órgãos reguladores "se concentrem" no bitcoin, nesta quarta negociado a US$ 11.076, contra US$ 18.675 em 18 de dezembro.

'Moeda falsa'

Executivos do setor bancário de toda a Europa expressaram dúvidas em relação ao uso da criptomoeda como investimento. O bitcoin é uma moeda "falsa" e os governos não podem aceitar o crescente mercado de dinheiro não impresso por um país, disse o presidente do conselho de gestão do russo VTB Bank, Andrey Kostin, também à Bloomberg Television, na quarta-feira, em Davos, acrescentando que "não há um grande futuro" para o bitcoin. O CEO do Credit Suisse, Tidjane Thiam, disse em novembro que o bitcoin é a "própria definição de bolha".

Fora do assunto das criptomoedas, Weber também citou os imóveis da Suíça e de outros países como uma possível bolha, acrescentando que as taxas de vacância estão aumentando, o que provavelmente levará a alguns calotes nos empréstimos. A situação pode levar a uma "correção mais ampla" do mercado imobiliário, disse Weber.

--Com a colaboração de Julie Edde