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Investimento estrangeiro na Bolsa busca recorde mensal

Vinícius Andrade

30/01/2018 16h08

(Bloomberg) -- O saldo de recursos estrangeiros em ações na B3 (Bolsa) na 4ª semana de janeiro ficou positivo em R$ 3,62 bilhões, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. No acumulado do ano de 2018, o número já está positivo em R$ 9,18 bilhões até o dia 26 de janeiro. No ritmo atual, o saldo mensal tende a superar o recorde registrado em março de 2016, quando houve ingresso de R$ 8,39 bilhões, em meio às apostas no impeachment de Dilma Rousseff.

A aposta do investidor estrangeiro na Bolsa brasileira reflete o ambiente de ampla liquidez global, o impacto positivo da recuperação da economia sobre resultados corporativos e o viés mais favorável das últimas notícias no front político interno, na visão do mercado. O Ibovespa acumula alta de cerca de 10% no ano, na esteira do bom humor das bolsas externas e da redução do risco político para os investidores envolvendo a eleição presidencial em outubro, após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sua condenação confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Além dos fatores globais, com a manutenção da preferência por mercados emergentes e os preços mais elevados de commodities, o noticiário político no Brasil tem sido construtivo, após a confirmação unânime da condenação de Lula, segundo Bradford Jones, que gerencia o Latin American Opportunities Fund na Sagil Capital, em Londres.

Ciclo de recuperação

O Brasil é um dos poucos lugares no mundo que passa pelo começo de um ciclo de recuperação, com muitas empresas bem gerenciadas e bem posicionadas, operando a múltiplos atrativos, diz Will Pruett, gestor do Fidelity Latin America Fund. Ele vê com bons olhos ações do setor financeiro, industrial e de consumo discricionário.

O saldo de recursos estrangeiros ficou positivo pelo 24º pregão seguido na última sexta-feira, na véspera do início da temporada de balanços do quarto trimestre. Os resultados corporativos, segundo analistas, devem manter a dinâmica mais positiva registrada no trimestre anterior, quando sinalizaram recuperação da economia brasileira a passos mais largos.

"Vemos contínua evidência de recuperação nos resultados em muitas das empresas que cobrimos", diz Jones.