Tyson quer transformar restos de alimentos em lanches
(Bloomberg) -- A Tyson Foods, maior produtora de carne dos EUA, quer apostar mais alto no jogo dos lanches.
Em sua mais recente tentativa de ir além dos produtos de frango tradicionais, a Tyson criou uma equipe de sete funcionários focada em lanches. O objetivo é desenvolver um novo produto de consumo para colocar nas prateleiras em seis meses.
As vendas de lanches de carne subiram quase 30 por cento nos últimos quatro anos, atingindo US$ 2,9 bilhões em 2017, mostram dados da Nielsen. Os consumidores estão adotando produtos ricos em proteínas e cortando o açúcar. A Tyson busca capturar parte dessa mudança.
"Estávamos procurando uma forma de entregar inovação mais rapidamente -- crescimento novo, com maior velocidade", disse Sally Grimes, presidente de alimentos preparados da Tyson, em entrevista por telefone.
Em seu chamado laboratório de inovação, a Tyson procura fazer lanches capitalizando outro tópico do momento no ramo de alimentos: a questão do desperdício. A equipe foi criada em janeiro e está desenvolvendo um lanche de proteína que, segundo a empresa, utilizará ingredientes como restos de frango, grãos usados de cervejarias e celulose vegetal de espremedores.
Produtos embalados
Essa é a mais nova mudança da Tyson, que tem sede em Springdale, Arkansas, nos EUA, para os produtos embalados. Conhecida principalmente pela produção de frangos, nos últimos tempos a empresa tem ido além de suas raízes. Para isso, adquiriu no ano passado a fabricante de sanduíches AdvancePierre Foods Holdings por cerca de US$ 4 bilhões, maior compra realizada desde que assumiu a Hillshire Brands, em 2014.
O negócio mais recente levou a marca de carne curada Golden Island à Tyson, que também usou o nome Hillshire para lançar uma linha de salgadinhos de carne. A nova equipe de inovação, que trabalha em uma sala de conferência reformada no escritório da empresa em Chicago, está fazendo uma tentativa de desenvolvimento interno de produto.
A mudança da Tyson para os produtos embalados surge em um momento em que as empresas de alimentos tradicionais enfrentam dificuldades para competir com novas empresas da moda como Chobani e Kind Snacks. Nos últimos três anos, as 10 maiores empresas de alimentos dos EUA -- gigantes como General Mills e Kellogg -- viram cerca de US$ 17 bilhões em receitas evaporarem porque os consumidores migraram para marcas mais novas. Mesmo assim, os lanches provaram ser uma área em crescimento.
Além de desenvolver seus próprios produtos, a Tyson está em busca de ofertas. A empresa procura mais ativos "acessórios", disse o CEO Tom Hayes em conferência de resultados, em 8 de fevereiro. Segundo ele, a produtora de carne quer ser uma "empresa de alimentos moderna com um portfólio diversificado de marcas de proteínas".
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