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Produtores plantam cevada por rara vantagem sobre o trigo

Isis Almeida

28/02/2018 12h33

(Bloomberg) -- Os agricultores de todo o mundo estão voltando para a cevada.

Depois que a maior escassez global em sete anos deixou os preços mais altos que os do trigo, grão geralmente mais caro, os produtores deverão expandir as plantações de cevada pela primeira vez em três anos. A semeadura provavelmente aumentará 2,2 por cento na temporada 2018-2019, que começa em julho, estima o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês).

"O sentimento do mercado está sendo sustentado pela oferta restrita e pela demanda relativamente boa", disse Amy Reynolds, economista sênior do IGC em Londres. "Os valores médios das exportações aumentaram cerca de 8 por cento nos últimos 12 meses e estão cerca de um terço mais altos que no ano anterior."

Países como a Arábia Saudita, que é a maior compradora do grão e alimenta camelos com cevada, estão pagando mais caro depois que as colheitas menores em grandes produtores como Austrália, Canadá e Ucrânia reduziram a oferta. Isso provocou a rara situação de a cevada custar mais do que o trigo. Em um leilão, na semana passada, a compradora estatal da Tunísia pagou mais de US$ 20 por tonelada a mais pela cevada do que pelo trigo, disse um trader a par do processo.

O maior aumento nas plantações ocorrerá em lugares como Austrália e União Europeia, segundo o IGC. Ainda assim, as semeaduras globais, que somarão 48,2 milhões de hectares, serão 3,6 por cento inferiores à área de 2015-2016.

Apesar de depender das condições climáticas, a produção de cevada da UE poderá subir 3,7 por cento na temporada 2018-2019, para 60,9 milhões de toneladas, segundo a Comissão Europeia.