IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Nova rota chinesa aumentaria risco de dívida de Djibouti ao Laos

Bloomberg News

06/03/2018 10h34

(Bloomberg) -- A iniciativa chinesa Um Cinturão, Uma Rota cria o potencial de problemas de sustentabilidade da dívida em algumas das economias mais frágeis do mundo, segundo o Centro para o Desenvolvimento Global.

O projeto de infraestrutura -- destinado a forjar novos laços econômicos com a Europa, a Ásia e a África -- coloca Djibouti, Quirguistão, Laos, Maldivas, Mongólia, Montenegro, Paquistão e Tajiquistão "sob risco particular de pressão de dívidas", disseram pesquisadores do instituto de pesquisas com sede em Washington, em relatório, no domingo.

"A iniciativa Um Cinturão, Uma Rota oferece algo que os países desejam ardentemente -- financiamento para a infraestrutura", disse o coautor John Hurley, membro visitante de políticas, de licença do Departamento do Tesouro dos EUA, em comunicado enviado com o relatório. "Mas quando se trata desse tipo de empréstimo, pode ser bom demais para ser verdade."

O financiamento vem de várias formas, inclusive de instituições dedicadas, como o Silk Road Fund, o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura e o Fundo Nacional de Pensão da China. Bancos estatais emprestaram bilhões de dólares para centenas de projetos em países nos quais a maioria dos investidores tem medo de pisar.

Uma análise da Bloomberg News realizada em outubro mostrou que dos 68 países listados pela China como parceiros do cinturão, 27 têm dívida soberana classificada como junk, ou abaixo do grau de investimento, pelas três principais agências de classificação internacionais. Outros 14, incluindo Afeganistão, Irã e Síria, não foram classificados ou retiraram os pedidos de classificação.

O relatório de Hurley, do membro sênior do CDG Scott Morris e da pesquisadora Gailyn Portelance recomenda que a China torne a iniciativa mais multilateral e que organismos de desenvolvimento como o Banco Mundial trabalhem em um acordo mais detalhado com Pequim em relação aos padrões de empréstimos para os projetos da iniciativa, independentemente do credor.

Dado o papel da China de credor dos países em desenvolvimento, "há um argumento favorável para direcionar parte desses dólares de ajuda de maneira a mitigar os riscos dos empréstimos comerciais e a promover um melhor impacto do desenvolvimento gerado por esse empréstimo", disseram.