Setor petroleiro dos EUA enfrenta falta de diversidade de gênero
(Bloomberg) -- Quando uma das maiores conferências sobre petróleo da América organizou um evento de networking para destacar "o papel proeminente das mulheres" na indústria, o primeiro orador foi um homem chamado Dan.
Dan passou o microfone para Jack, que apresentou o discurso de Ryan, que depois passou o microfone de novo para Jack. Só depois de tudo isso Emma finalmente teve a oportunidade de dizer algumas palavras.
Para ouvir mulheres fazendo mais de um quarto dos discursos, era preciso fazer 25 quilômetros, da conferência CeraWEEK by IHS Markit no centro de Houston até um outro evento. Nesse evento eram abordados muitos dos mesmos assuntos, mas a maioria dos oradores era mulher.
As duas conferências sobre petróleo, separadas por gênero, são emblemáticas de um setor que tem tido dificuldades para integrar mulheres e mantê-las. Nenhuma das grandes petroleiras teve até agora uma CEO mulher e quatro quintos de todos os trabalhadores do setor são homens, uma proporção que o situa atrás das empresas de agricultura e de manufaturas.
"Em um mundo ideal, o alcance global desta indústria seria acompanhado por uma força de trabalho igualmente diversificada", disse a diretora operacional do Facebook, Sheryl Sandberg, em um discurso de abertura gravado em vídeo na HERWorld Conference, em Houston. "Infelizmente, ainda não é assim."
Falta de diversidade
As empresas falam frequentemente sobre seus esforços para reforçar a diversidade, mas ainda não chegaram perto da paridade. Novas revelações das operações da Royal Dutch Shell e da BP no Reino Unido mostram que em muitas de suas divisões os funcionários homens ganham pelo menos 20 por cento a mais em média do que as mulheres. As empresas atribuíram a diferença à falta de mulheres em cargos seniores.
A CERAWeek, que começou há quase 40 anos, recebe quase todos os CEO das grandes corporações de petróleo e reflete a falta de diversidade da indústria. Mais de 85 por cento dos oradores da conferência deste ano eram homens, de acordo com o programa do evento.
HERWorld
A HERWorld começou a funcionar em 2016 para celebrar o Dia Internacional da Mulher. Na liderança desse trabalho está Katie Mehnert, fundadora da Pink Petro, uma organização para mulheres profissionais da indústria da energia, e ex-funcionária da Shell e da BP, onde se concentrou em iniciativas de mudanças culturais.
A Pink Petro visa corrigir a brecha de gênero "sistêmica" do setor proporcionado chances de as mulheres fazerem contatos e aprenderem mais sobre o negócio. Por exemplo, a organização transmite HERWorld on-line e organiza festas em empresas como a Halliburton.
"Essa falta de diversidade pode provocar isolamento", disse Sandberg, do Facebook. "É por isso que as oportunidades de as mulheres se relacionarem e compartilharem experiências em seus setores são tão importantes."
--Com a colaboração de Liam Denning
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