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Dificuldade de expansão mostra que não há blockchain perfeito

Olga Kharif

21/03/2018 13h56

(Bloomberg) -- A produtora de aplicativos de mensagens Kik Interactive, que levantou cerca de US$ 100 milhões no ano passado para lançar serviços baseados no blockchain do ethereum, descobriu que a tecnologia de livro-razão não está pronta para esse protagonismo.

A empresa está transferindo parte de seus negócios para outro livro-razão digital, chamado stellar, e também construindo um blockchain personalizado usando a tecnologia Orbs, explicando que atualmente nenhum sistema é perfeito.

A Kik queria operar seu aplicativo de mensagens, usado por milhões de adolescentes, apenas com o ethereum, mas descobriu que a rede frequentemente fica congestionada, com prazos lentos para confirmar transações e custos elevados. Grande parte do problema é o CryptoKitties, um aplicativo conectado ao blockchain que permite que os usuários criem gatos digitais, mas cuja popularidade exorbitante tem travado o ethereum.

"Há muita inovação em torno das criptomoedas, mas há algumas limitações inerentes à adoção pelo consumidor", disse Tanner Philp, diretor de desenvolvimento corporativo da Kik, em entrevista por telefone. "Nós nos lançamos baseados no ethereum em setembro e rapidamente começamos a encontrar essas limitações."

A Kik é apenas o caso mais recente de migração no mundo blockchain. Por exemplo, a Sirin Labs, que emitiu um token baseado no ethereum e inicialmente se concentrava na criação de um telefone que usaria o livro-razão digital IOTA, anunciou em fevereiro que se integraria ao Cardano.

Ao tentar criar aplicativos baseados em blockchain, as startups estão descobrindo que todas as tecnologias têm prós e contras e que nenhuma resolve todos os problemas. O ethereum, por exemplo, é bom para emitir tokens. O stellar pode ser útil para pagamentos internacionais. Já existem centenas de livros-razão digitais diferentes e quase diariamente aparecem novos. Muitos desses livros-razão são cópias de tecnologias mais antigas, como o bitcoin e o ethereum, com a adição de novos recursos.

"Blockchains diferentes têm propriedades diferentes, equipes diferentes trabalhando neles e estratégias diferentes", disse Jerry Brito, diretor-executivo do grupo de defesa Coin Center, em entrevista, por telefone. "Às vezes faz sentido mudar de um para outro."