Uma das maiores poluidoras da Europa aposta na energia eólica

(Bloomberg) -- Após décadas promovendo o carvão como garantia da segurança energética nacional, a quarta maior emissora de gases causadores do efeito estufa da Europa está mudando de postura e adotando a energia eólica.
A PGE, maior empresa de serviços públicos da Polônia, quer usar turbinas para aproveitar os ventos do Mar Báltico e, futuramente, fornecer 2,5 gigawatts com a tecnologia até 2030.
A empresa estuda a possibilidade de formar parceria com um dos principais atores europeus no projeto e está trabalhando também para acelerar os investimentos em usinas geradoras movidas a gás e em centrais de cogeração de calor e eletricidade, segundo Monika Morawiecka, diretora de estratégia da empresa.
As iniciativas são um reflexo da queda do custo das turbinas eólicas e do aumento dos custos das licenças de emissão. Como a União Europeia está decidida a reprimir os combustíveis fósseis, que são prejudiciais ao clima, até mesmo as empresas de serviços públicos mais poluidoras estão começando a avaliar como limpar seus setores.
"O custo menor das energias renováveis é um avanço positivo, e o aumento dos preços do CO2 é negativo, porque consome recursos que poderíamos investir em fontes ecológicas", disse Morawiecka, em entrevista. "A escolha do investimento é simples para nós: caminhamos em direção ao cenário mais barato."
Redução no uso de carvão
O governo da Polônia, de direita, também está mudando de opinião. Recentemente, anunciou um plano para reduzir a dependência do carvão, que gera mais de 80% da eletricidade do país e sustenta empregos na indústria da mineração, no sudoeste do país.
A iniciativa também ressalta a tendência mais ampla entre as empresas de serviços públicos do continente, da Alemanha à Espanha, de colocar as energias renováveis em posição central em suas estratégias de crescimento.
A mudança radical na Polônia se dá após a desaceleração do crescimento das energias renováveis, no ano passado, quando o governo do partido Lei e Justiça, em Varsóvia, inquietou os investidores com medidas de apoio às produtoras de energia. A Polônia pode não cumprir a meta de 2020 para as energias limpas, que faz parte de um objetivo mais amplo da UE.
Custo para poluir
O custo das licenças de emissões de dióxido de carbono mais que dobrou nos últimos 12 meses depois que o bloco formado por 28 países fechou acordo para reformular seu sistema de limite e comércio e acelerar o ritmo de redução da poluição na próxima década.
As licenças usadas como referência dispararam para cerca de 11,50 euros (US$ 14) a tonelada e podem chegar a 32 euros até 2023, projetou a Bloomberg New Energy Finance na semana passada.
Ao diversificar as fontes usadas na geração de energia e incorporar a energia eólica offshore, a Polônia pode conseguir tornar a participação do carvão em sua matriz energética até mesmo menor que a proporção de 60% projetada pelo governo para 2030, disse Morawiecka.
"Somos líderes naturais de mercado e também incentivamos nossos colegas a seguir nessa direção", disse ela.
Nos últimos anos, a PGE apoiou o carvão como caminho para a segurança energética da Polônia e para acalmar os sindicatos. Esses argumentos parecem ter perdido a firmeza desde que o país dobrou as importações do combustível de 2016 para 2017.
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