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Mais alimentos modificados podem chegar às prateleiras em breve

Lydia Mulvany

22/03/2018 13h38

(Bloomberg) -- A startup agrícola Pairwise Plants, que recentemente recebeu um investimento de US$ 100 milhões da gigantesca produtora de sementes Monsanto, planeja levar suas ferramentas de modificação genética às prateleiras dos supermercados.

A empresa usará uma tecnologia chamada edição genética para criar novas variedades de produtos agrícolas brutos, como milho e soja. Além disso, está interessada em outros alimentos que normalmente não passam por modificação genética, como frutas e legumes.

A engenharia genética tem sido reservada principalmente às grandes safras de commodities, porque os testes regulatórios são muito caros. Mas a edição genética, que modifica diretamente o DNA de uma planta sem injetar genes estranhos, não é regulada. Os métodos de edição prometem ser mais rápidos e baratos, o que libera a técnica para alimentos que normalmente não são modificados, como o morango e o espinafre.

As variedades podem beneficiar diretamente os consumidores, por exemplo, ao tornar determinado vegetal mais saudável, ou salvar frutas ameaçadas por doenças, disse Haven Baker, diretor de negócios da Pairwise. A ferramenta poderia possibilitar o desenvolvimento de maçãs mais fáceis de cortar ou tornar os tomates mais robustos e abundantes, disse ele.

Ao criar alimentos "realmente benéficos para as pessoas, é muito maior a chance de que elas tenham uma visão positiva sobre a tecnologia", disse Tom Adams, que deixará a vice-presidência da Monsanto e assumirá o cargo de CEO da Pairwise em 1º de abril. Existe uma "oportunidade de expansão maior para culturas capazes de afetar diretamente a vida das pessoas", disse Adams.