Tesla oferece US$ 2,6 bi para que Musk não se mude para Marte

(Bloomberg) -- Os acionistas da Tesla acabam de comprar, por US$ 2,6 bilhões, uma garantia mais sólida de que Elon Musk ficará na empresa pelo menos durante os próximos dez anos.
Na quarta-feira, os investidores aprovaram um acordo de remuneração para o CEO que poderia ser o maior da história, vinculado às ambições de transformar a Tesla em uma das maiores empresas do mundo. A companhia está se aventurando além de painéis solares e carros elétricos. Se a empresa for bem-sucedida, a bonificação poderia acabar valendo mais de US$ 50 bilhões - uma quantia tão grande que poderia garantir que as outras paixões e os projetos secundários e esotéricos de Musk não lhe roubem muito tempo de trabalho na Tesla.
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"Espero continuar no cargo de CEO no futuro próximo", disse Musk na teleconferência de resultados com analistas no mês passado. No entanto, ele não descartou a possibilidade de delegar as responsabilidades de CEO caso apareça um sucessor adequado, o que lhe permitiria se concentrar "no design e na engenharia, que é o que mais gosto de fazer".
Musk também é CEO da Space Exploration Technologies, que projeta uma missão para Marte, e ultimamente tem empreendido vários outros projetos, como a construtora de túneis Boring e uma startup de interface cérebro-computador chamada Neuralink. A nova bonificação - aprovada na reunião especial da empresa em Fremont, Califórnia - exige que Musk permaneça na Tesla como CEO ou como presidente executivo e diretor de produtos.
Em fato relevante, a Tesla afirmou que cerca de 73 por cento dos votos emitidos na reunião, pessoalmente ou através de representantes, foram a favor do acordo, excetuando aqueles que pertencem de forma direta ou indireta a Musk e seu irmão, Kimbal.
Garantia
O plano de remuneração ajuda a garantir a permanência de Musk na Tesla pelo menos até 2028, mas ainda restam várias perguntas sem resposta. A bonificação contém várias metas audaciosas, mas nenhum plano detalhado sobre como atingi-las nem sobre quando a fabricante dará seu primeiro lucro anual. Além disso, vários executivos saíram da companhia nos últimos 12 meses, deixando a Tesla sem um número 2 claro - um possível motivo de preocupação mesmo se Musk continuar no comando.
Só neste trimestre, a Tesla perdeu Jon McNeill, presidente de vendas e serviço; seu chefe de contabilidade, Eric Branderiz; e Susan Repo; tesoureira corporativa e vice-presidente de finanças. Nos últimos 12 meses, a Tesla também perdeu executivos com o diretor financeiro Jason Wheeler; Chris Lattner, contratado pela Apple, que saiu após comandar a equipe de engenharia do Autopilot da Tesla por menos de seis meses; Kurt Kelty, executivo sênior de baterias; e Diarmuid O'Connell, vice-presidente de desenvolvimento comercial.
Ross Gerber, CEO da Gerber Kawasaki Wealth & Investment Management em Santa Mônica, Califórnia, que possui de ações da Tesla, disse que votou a favor do acordo.
"Você não pode ser acionista da Tesla se não acreditar na empresa e em Elon Musk", disse ele, em entrevista. "Os verdadeiros acionistas da Tesla apostam tudo em Elon."
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