Em outra parceria com Amazon, JPMorgan leva Alexa a Wall Street
(Bloomberg) -- "Alexa, pergunte ao JPMorgan qual é o preço-alvo da ação da Apple."
Os clientes institucionais do JPMorgan Chase agora podem obter esta resposta rapidamente da assistente virtual comandada por voz desenvolvida pela Amazon.com. O banco e a gigante de e-commerce fizeram uma parceria para dar aos usuários de Wall Street mais um meio de acessar o conteúdo de pesquisa do JPMorgan. Alexa envia relatórios de analistas e materiais relacionados. O banco também está testando outros recursos, como informar preços de títulos e contratos de swap, disse David Hudson, responsável global por execução em mercados da instituição sediada em Nova York.
Assistentes de voz "claramente estão se tornando algo a que as pessoas estão habituadas", afirmou Hudson. "A ideia é pegar informação que está em algum lugar do banco, que em geral alguém precisa procurar ou que demora ou exige autenticação, e entregar por outro canal."
À medida que os hábitos dos clientes evoluem, as empresas tentam encontrar maneiras de adaptar tecnologias populares do varejo ao mundo dos negócios. O JPMorgan é um dos primeiros a oferecer Alexa para clientes institucionais, mas outros bancos já usam o serviço nas operações de consumo. A seguradora New York Life Insurance, por exemplo, está montando programas que usam Alexa para seus funcionários.
12.000 corretores
Os consumidores estão mais dispostos a usar assistentes de voz para monitorar suas contas, de acordo com pesquisa conduzida no ano passado pela Bain & Co. De acordo com a consultoria, 6 por cento dos participantes nos EUA responderam que já usam a tecnologia, mas 27 por cento se disseram abertos a ela.
O Capital One Financial foi o primeiro banco que permitiu a gestão de contas bancárias e cartões de crédito por meio da assistente de voz e vem expandindo o serviço Alexa. Seus usuários podem, por exemplo, perguntar quanto gastaram no website da Amazon na semana passada.
A New York Life lançará recursos da Alexa a seus 12.000 corretores ainda neste ano. O objetivo é ajudá-los a obter detalhes sobre apólices rapidamente e a se preparar para reuniões, explicou Mark Madgett, que chefia os corretores que trabalham em campo. Isso significa que os corretores poderão pedir à Alexa para descobrir o valor do seguro de vida a que um cliente tem direito ou para saber mais sobre produtos recém-lançados pela seguradora.
"Este negócio é muito complicado", disse Madgett. "Quando comecei, 32 anos atrás, eu tinha cinco produtos à disposição. Hoje existem milhares de permutações em torno das soluções financeiras."
Mais um projeto
O serviço automatizado do JPMorgan é o mais recente projeto compartilhado entre o maior banco dos EUA e a maior varejista online do mundo. A Amazon já aluga capacidade de computação em nuvem para o JPMorgan e pediu que o banco entrasse em uma concorrência para criar novos produtos para seus clientes, incluindo um cartão de crédito voltado para pequenas empresas.
O projeto Alexa dentro do JPMorgan foi iniciado no ano passado, como parte de uma competição interna para incentivar a inovação. O banco primeiramente deu acesso aos dados da área de pesquisa e depois liberou fluxos de informações de outros departamentos, incluindo custódia e fundos. Esses recursos agora estão sendo testados internamente. Se o serviço automatizado der certo, profissionais de vendas da casa não perderão tempo respondendo a perguntas rotineiras.
--Com a colaboração de Jenny Surane
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