BC britânico sinaliza normalidade na transição para o Brexit
(Bloomberg) -- O Banco da Inglaterra tentou tranquilizar instituições financeiras e seguradoras de que haverá um período de transição para facilitar seu ajuste ao Brexit, embora o acordo-ponte de 21 meses com a União Europeia ainda não esteja finalizado.
O comunicado da quarta-feira é a mais recente sinalização de otimismo do banco central britânico sobre o desfecho das negociações em torno da saída do Reino Unido da UE. É um contraste com a cautela do bloco, onde as autoridades reguladoras alertam que as firmas precisam se preparar para o chamado Brexit duro, no qual as conversas sobre os termos da saída ? incluindo a transição ? não resultam em qualquer acordo.
À luz de uma decisão de cúpula da UE sobre a transição, o Banco da Inglaterra afirmou em comunicado que é "razoável" que firmas que atuam no Reino Unido sob regras da UE "planejem que conseguirão continuar realizando essas atividades durante o período de implementação de modo bastante parecido com o de agora".
A autoridade monetária afirmou em cartas às instituições financeiras que elas podem "planejar sob a hipótese de que a autorização ou o reconhecimento pelo Reino Unido só serão necessários no final do período de implementação".
Uma cúpula da UE neste mês concordou em princípio com um período de transição, atendendo a pedidos do setor por mais tempo para implementar planos de contingência para o Brexit. A associação de lobby U.K. Finance afirma que os órgãos reguladores precisariam ter flexibilidade agora para "não insistir em planos de contingência para o pior cenário possível" e para lidar com as ameaças que o Brexit impõe a contratos de seguro e derivativos.
Talvez a sinalização do Banco da Inglaterra tenha chegado tarde demais para afetar os preparativos das instituições financeiras. Muitas já começaram a transferir pessoal e operações para o continente, para que estejam funcionando quando o Reino Unido deixar o bloco. Segundo o Banco da Inglaterra, 10.000 empregos poderão estar ameaçados no primeiro dia do Brexit.
O ministro das Finanças, Philip Hammond, declarou neste mês que órgãos reguladores em toda a Europa poderiam fazer mais para garantir às empresas de que a transição não acontecerá "somente no papel", o que seria valioso no planejamento dos próximos três anos.
Quando questionado se o Banco Central Europeu atualizaria a orientação aos bancos sobre o Brexit após a reunião, um porta-voz mencionou comunicados anteriores da divisão supervisória do BCE e se recusou a fazer comentários adicionais. Um porta-voz da Comissão Europeia também citou comunicados passados.
O BCE informou bancos que um arranjo de transição "poderia ser útil", mas que só haverá certeza jurídica quando todo o acordo de saída for ratificado por ambas as partes. Sendo assim, o BCE e supervisores da zona do euro esperam que os bancos continuem se preparando para todos os desfechos, incluindo um cenário sem acordo. O BCE determinou prazo até o fim de junho para pedidos de atuação na zona do euro após o Brexit.
"Os clientes querem mesmo é saber se seus direitos serão respeitados na UE e o Banco da Inglaterra não pode tranquilizar ninguém a esse respeito", afirmou Rob Moulton, sócio da Latham & Watkins em Londres, antes do anúncio. "Não se sabe até que ponto as autoridades da UE se comprometerão com o que o banco central sinalizou."
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