Airbnb passará informações sobre hóspedes a autoridades na China
(Bloomberg) -- O Airbnb está facilitando a tarefa das autoridades chinesas de monitorar os viajantes no país.
A empresa de compartilhamento de residências planeja repassar informações sobre os hóspedes, incluindo passaportes e datas de reserva, diretamente ao governo. Nesta semana, a empresa enviou um e-mail aos anfitriões avisando que poderá revelar as informações dos hóspedes a qualquer momento -- os insatisfeitos receberam um link para desativar o anúncio.
O Airbnb -- que já havia resistido a comparações com o que chama de cartel hoteleiro -- está seguindo a legislação chinesa que rege o setor de hospedagens. Os hotéis do país vigiam os hóspedes e são obrigados a repassar informações sobre eles às autoridades -- o que, por sua vez, se torna uma ferramenta útil para a vigilância. A abordagem do Airbnb automatiza o processo, de modo que os dados sobre os viajantes são transmitidos diretamente para o governo.
"Como todas as empresas que operam na China, o Airbnb China precisa cumprir as leis e regras locais", disse o porta-voz do Airbnb, Jake Wilczynski. "As informações que coletamos são semelhantes às informações que os hotéis da China coletam há décadas."
Anteriormente, cabia basicamente aos anfitriões da Airbnb enviar o passaporte e outras informações obrigatórias do viajante. A empresa informou no e-mail aos anfitriões que enviará informações às autoridades quando solicitadas.
O Airbnb é uma das poucas empresas de tecnologia ocidentais que tem conseguido ganhar impulso na China, onde conta com 150.000 anúncios ativos e fechou acordos com autoridades locais em cidades como Shenzhen e Xangai. A empresa com sede em São Francisco recebeu mais de 3,3 milhões de hóspedes desde que ampliou os esforços no país, há mais de três anos, e informou no ano passado que dobraria os investimentos e triplicaria a força de trabalho local.
Ainda assim, o Airbnb enfrenta a dura concorrência da Xiaozhu e da Tujia, duas rivais locais bem financiadas, e também deve cumprir as rigorosas regras do governo. A empresa dos EUA não tem chefe permanente na China desde a saída de Hong Ge, em outubro, e o cofundador Nathan Blecharczyk atua como presidente do conselho na China desde então.
A empresa anunciou na quinta-feira que Xangai estaria entre as 13 cidades a lançar o Airbnb Plus, uma coleção das melhores residências e acomodações da empresa que serão inspecionadas e verificadas pessoalmente. Os anfitriões do Airbnb Plus também têm acesso a consultas sobre design e apoio para as fotografias.
--Com a colaboração de David Ramli
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