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Padilha: Pensamos que teremos um PIB de 2,5% neste ano

Simone Iglesias e Flavia Said

17/05/2018 13h09

(Bloomberg) -- O ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta quinta-feira (17) que o governo trabalha com crescimento do PIB de 2,5% neste ano, apesar de a previsão da equipe econômica de 3% ainda não ter sido revista.

"Nesse primeiro trimestre não tivemos o crescimento esperado", afirmou, complementando em seguida: "Se a análise fosse feita hoje, a tendência é mais para a direção dos 2,5% [do que para 3%]. No governo, de forma conservadora, preferimos não trabalhar com número superior a 2,5%."

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Em entrevista a veículos internacionais, Padilha disse que a crise econômica na Argentina não influenciou a manutenção da taxa Selic em 6,5% pelo Banco Central. Ele considerou que há um fortalecimento do dólar e que importante é que não houve aumento.

"O mundo vive sob o fortalecimento da moeda americana. O Banco Central tem seus critérios de análise com base na política interna e na política externa e entendeu que era momento de manter a taxa de 6,5%."

Padilha afirmou que o governo avançou muito nesses dois anos de governo Temer, mas ponderou: "A economia não reage da forma como a gente sonha".

Segundo o ministro, não há risco de que o Brasil e demais países do Mercosul sejam afetados pela crise Argentina. "Penso que é um caso isolado e estamos prontos a apoiar o governo Mauricio Macri no que pudermos", disse.

Sobre os resultados do grupo de trabalho do governo que está analisando a revisão do contrato de cessão onerosa com a Petrobras, o ministro afirmou que deverá ser concluído na próxima semana.

"Neste momento não vamos antecipar os tópicos que faltam ser elucidados, pois traria prejuízos para todos. Na próxima semana teremos condições de anunciar o resultado do grupo trabalho."

Eleições

Vice-presidente nacional do MDB, Padilha disse que o presidente Michel Temer é ainda uma opção do partido para disputar a eleição, mas reconheceu que os dados positivos do governo não têm aderido a ele.

Na sua avaliação, Temer teve sua imagem muito afetada por gravação feita pelo empresário Joesley Batista, em que conversavam sobre o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso pela Operação Lava-Jato.

"Faz um ano que veio a público uma gravação muito mal traduzida para a opinião pública. As denúncias contra o presidente foram rechaçadas, mas a gravação trouxe prejuízos imediatos e também agora, eleitoralmente", considerou.

Segundo Padilha, o governo "gastou tempo e energia" na defesa de Temer, o que impediu a aprovação da reforma da Previdência. "Perdemos tempo analisando esse tópico, tivemos que gastar capital político. A reforma da Previdência estava praticamente aprovada quando veio este tópico à luz", argumentou.

Padilha reforçou que o MDB tem também o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles como potencial candidato.

Lula

Sobre a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro afirmou que foi uma decisão do Poder Judiciário que deve ser respeitada.

Questionado sobre a manifestação de políticos franceses nesta semana contrários à prisão do petista, Padilha pediu respeito às leis brasileiras: "Esperamos de outros países soberanos que esperam merecer respeito internacional que respeitem a decisão do nosso Judiciário, como nós estamos respeitando".

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