De Beers faz mudança histórica e vende diamantes artificiais
(Bloomberg) -- Pela primeira vez em seus 130 anos de história, a De Beers venderá joias de diamantes produzidos em laboratório, e não debaixo da terra durante bilhões de anos.
A decisão é uma mudança histórica da maior produtora de diamantes do mundo, que prometeu durante anos que não venderia pedras criadas em laboratório. Os diamantes serão comercializados nos EUA com o nome Lightbox, uma marca de bijuterias, e vendidos por uma fração do preço das pedras extraídas de minas.
A estratégia criará uma grande diferença de preços entre os diamantes extraídos de minas e os de laboratório e exercerá pressão sobre rivais especializadas em pedras sintéticas. Um diamante artificial de 1 quilate é vendido por cerca de US$ 4.000 e um diamante natural semelhante chega a cerca de US$ 8.000. Os novos diamantes de laboratório da De Beers serão vendidos por cerca de US$ 800 por quilate.
"A Lightbox transformará o setor de diamantes criados em laboratório oferecendo aos consumidores um produto desenvolvido que eles nos disseram que desejam, mas não estão conseguindo: bijuterias acessíveis que podem não ser para sempre, mas são perfeitas para agora", disse Bruce Cleaver, CEO da De Beers.
Divertido, bonito
"Nossa extensa pesquisa nos diz que é assim que os consumidores veem os diamantes produzidos em laboratório -- um produto bonito e divertido que não deveria custar tanto --, por isso vemos uma oportunidade", disse.
É crescente a preocupação no setor de que os diamantes caros não atraiam os consumidores millennials, muitas vezes mais propensos a gastar com eletrônicos caros ou viagens. Além disso, os diamantes estão na mira devido a preocupações com o meio ambiente e os direitos humanos relacionadas à mineração em comunidades pobres da África.
Diferentemente das gemas de imitação, como a zircônia cúbica, os diamantes cultivados em laboratórios têm as mesmas características físicas e composição química das pedras extraídas de minas. Eles são feitos de uma pepita de carbono colocada em uma câmara de microondas e superaquecida até virar uma bola de plasma brilhante. O processo cria partículas que podem finalmente se cristalizar, transformando-se em diamantes em 10 semanas. A tecnologia é tão avançada que os especialistas precisam de uma máquina para diferenciar as gemas sintéticas das extraídas de minas.
Gemas artificiais
Apesar de nunca antes ter vendido diamantes artificiais, a De Beers é muito boa na produção deles. A unidade Element Six é uma das principais produtoras mundiais de diamantes sintéticos, que são usados principalmente para fins industriais. A empresa também vem produzindo pedras com qualidade de gema há anos para ajudar a diferenciar os tipos naturais e artificiais e garantir aos consumidores que estão comprando um diamante verdadeiro.
As gemas artificiais atualmente respondem por uma pequena parcela do mercado global de diamantes de US$ 80 bilhões, mas a demanda está aumentando. A produção mundial de diamantes foi de cerca de 142 milhões de quilates no ano passado, segundo o analista Paul Zimnisky. O total contrasta com a produção em laboratório de menos de 4,2 milhões de quilates, segundo a Bonas & Co.
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