Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Airbus descumprirá meta por problema no motor do A320neo: Fontes

Anurag Kotoky e Benjamin D. Katz

02/07/2018 12h36

(Bloomberg) -- A Airbus descumprirá a meta de entregas de jatos de fuselagem estreita A320neo equipados pela Pratt & Whitney neste ano após problemas com os motores que provocaram uma paralisação de quase três meses nas entregas, disseram pessoas informadas sobre o assunto.

A fabricante de aviões com sede em Toulouse, na França, espera entregar 30 a 40 unidades a menos do que o previsto anteriormente, segundo uma das pessoas, que pediu para não ser identificada por discutir planos internos. A Airbus havia planejado entregar cerca de 210 jatos equipados pela Pratt -- uma das duas opções de motor para o A320neo -- durante o restante do ano, disse a pessoa. A empresa poderia se aproximar mais da meta se a Pratt, uma unidade da United Technologies, conseguisse acelerar a produção de turbinas além dos níveis atuais.

As ações da Airbus chegaram a cair 3,2 por cento nesta segunda-feira após a reportagem da Bloomberg. Em comunicado, a empresa reiterou a meta de produção global de entregar 800 aviões de todos os modelos neste ano, mas preferiu não comentar detalhes específicos do programa A320.

Os atrasos no modelo mais vendido da Airbus -- um burro de carga de empresas aéreas de todo o mundo -- ameaçam expor a fabricante de aviões e a Pratt a multas por atraso de clientes frustrados. O atraso também pressionará o esforço da Airbus para aumentar a produção em geral, reduzindo espaço para manobras em sua programação. A empresa havia planejado se recuperar neste ano de outros atrasos de entrega de 2017, meta que agora está fora de alcance.

A IndiGo, a maior empresa aérea da Índia, é a maior cliente do modelo A320neo, com 430 jatos encomendados. A aérea afirmou anteriormente que foi forçada a alugar aviões A320ceo por meio de acordos de curto prazo, o que elevou os custos.

A Airbus havia anunciado no início de junho que esperava custos mais altos para administrar a entrega de dezenas de aeronaves que estavam estacionadas sem motores após o último problema com a vedação da borda do cubo no motor de alta tecnologia, um dos vários de uma nova geração de aeronaves econômicas em termos de combustível de fabricantes que têm passado por persistentes complicações iniciais.

Na época, o responsável pelo setor de aeronaves comerciais, Guillaume Faury, classificou a situação como "desafiadora", mas disse que "se as fabricantes de motores mantiverem seus planos, manteremos os nossos ou ficaremos muito próximos disso". A Airbus espera resolver quase a totalidade do chamado "glider backup" até o fim do ano, disse ele na época.

A Airbus era negociada em baixa de 2,7 por cento, a 97,56 euros, às 9h18 em Paris. As ações acumulam alta de 17 por cento neste ano, o que dá à fabricante de aviões europeia, cujos maiores proprietários são os governos da França e da Alemanha, um valor de mercado de 75,4 bilhões de euros (US$ 88 bilhões). A IndiGo atingiu o menor nível desde setembro em Mumbai.

Repórteres da matéria original: Anurag Kotoky em Nova Delhi, akotoky@bloomberg.net;Benjamin D. Katz em London, bkatz38@bloomberg.net