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Mania das grandes fusões perde força e Akzo mira acordos menores

Ellen Proper

02/07/2018 12h32

(Bloomberg) -- Após sobreviver a uma batalha de aquisições de US$ 29 bilhões e fazer as pazes com um investidor ativista, o CEO da Akzo Nobel, Thierry Vanlancker, está pronto para uma vida mais tranquila, pelo menos no que diz respeito aos negócios.

O chefe belga da gigante holandesa do ramo de tintas rejeita qualquer especulação sobre combinações com rivais e disse que se contentaria em fazer várias aquisições menores por ano no ramo de revestimentos.

No mês passado, a fabricante das tintas Dulux, com sede em Amsterdã, comprou a Fabryo, a maior fornecedora doméstica da Romênia, para consolidar a posição de número 1 na Europa. Vanlancker disse que agora busca alvos com até 150 milhões de euros (US$ 174 milhões) em vendas -- acordos muito diferentes de uma megafusão.

"O setor de tintas pode ter criado essa ideia de que os casamentos precisam acontecer", disse em entrevista. "É verdade que é preciso ter um alcance mundial para os clientes, mas, honestamente, a vantagem após os tratamentos regulatórios e as sinergias feitas em grandes negócios muitas vezes é mais modesta do que se pensa."

Faz um ano que a PPG Industries, com sede em Pittsburgh, nos EUA, abandonou a caçada da Akzo Nobel. A campanha de meses da rival americana chamou a atenção do governo holandês e provocou a abertura de uma série de processos judiciais amargos pela investidora ativista Elliott Management, que criticou o ex-presidente do conselho Antony Burgmans pela firme recusa em discutir um acordo.

Ponto de fervura

A proposta da PPG surgiu justamente no momento em que as fusões e aquisições no setor de tintas e revestimentos atingiam o ponto de fervura. Foi logo depois da compra da rival americana Valspar pela Sherwin Williams por US$ 9 bilhões, seguida da abordagem da fabricante de pintura para veículos Axalta Coating Systems pela Akzo Nobel e pela Nippon Paint Holdings.

As ações da empresa holandesa de tintas caíam 0,5 por cento, para 72,96 euros, às 9h32 desta segunda-feira em Amsterdã, levando o recuo a 2,7 por cento desde que a PPG desistiu e os investidores começaram a digerir a decisão da Vanlancker de desmembrar a empresa por meio da venda da divisão de produtos químicos especiais.

Vanlancker foi lançado ao cargo depois que o ex-CEO Ton Buechner se demitiu por motivos de saúde. Ele disse estar cada vez mais confiante de que a Akzo Nobel poderá atingir as metas de 2020, incluindo um retorno de 15 por cento sobre as vendas que a colocará em um nível mais próximo do das concorrentes. A tarefa envolve transformar 11 empresas administradas separadamente em uma única unidade combinada de revestimentos.

"Eu provavelmente tenha tido a chance de me afastar dessas metas quando assumi o comando, mas acredito que essas metas são justificadas e que somos muito capazes de alcançá-las", disse o executivo, acrescentando que teve "conversas construtivas" com acionistas como a Elliott a respeito do progresso para reduzir a diferença em relação aos concorrentes em termos de desempenho financeiro.

--Com a colaboração de Joost Akkermans e Andrew Noël.