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Joint venture de MUFG e Morgan Stanley promete combater assédio

Takahiko Hyuga

03/07/2018 14h55

(Bloomberg) -- Saburo Araki disse que está dando alta prioridade ao que descreve como a difícil tarefa de acabar com o assédio de funcionários desde que assumiu o cargo de diretor da joint venture de corretagem do Mitsubishi UFJ Financial Group com o Morgan Stanley em abril.

"Eu tenho recebido muitas queixas de assédio de funcionários desde que cheguei", disse Araki, CEO da Mitsubishi UFJ Morgan Stanley Securities. "Eu quero erradicar isso, mas será difícil de eliminar", disse ele em entrevista em Tóquio.

Bancos de todo o mundo estão tentando limpar reputações manchadas por numerosas acusações de irregularidades desde a crise financeira e Bill Winters, do Standard Chartered, é um dos CEOs que prometeram publicamente acabar com essa situação. No Japão, a conscientização sobre o abuso de poder, conhecido localmente como "power hara", tem aumentado devido a escândalos esportivos de alto perfil e ao número crescente de casos de bullying no trabalho, em um país onde o respeito à autoridade é valorizado.

Ações judiciais

Problemas no tratamento dos funcionários da Mitsubishi UFJ Morgan Stanley foram levantados por um ex-gerente da divisão de títulos que processou a empresa e deu entrevistas coletivas alegando que foi tratado injustamente depois que teve um filho. A unidade de corretagem do MUFG nos EUA também está envolvida em litígios com um ex-vendedor de títulos que afirma ter sido vítima de assédio e discriminação antes de ser demitido. O MUFG nega irregularidades e está contestando ambas as acusações.

Na entrevista, Araki preferiu não comentar casos individuais, mas disse estar ciente do assédio na divisão de títulos e também em outros departamentos.

O power hara ficou sob os holofotes no Japão neste ano quando um jogador universitário de futebol americano disse que os treinadores ordenaram que ele fizesse um ataque ilegal que machucou um rival. Os casos relatados de bullying em locais de trabalho saltaram para o recorde de 72.067 no ano passado, disse o Ministério do Trabalho na semana passada. Um terço dos trabalhadores sofreram abuso de poder nos três anos até 2017, mostrou uma pesquisa do ministério no ano passado.

Medidas

Sob o comando de Araki, a joint venture com sede em Tóquio já está tomando medidas para combater o problema. A empresa realizou uma rodada de treinamento nas últimas semanas onde os participantes assistiram a um vídeo de 25 minutos e discutiram como evitar o assédio. Os funcionários também podem usar uma linha direta para manifestar qualquer preocupação confidencialmente.

A empresa investigará as queixas e penalizará os funcionários que maltrataram outras pessoas, disse Araki, acrescentando que ele acredita que a punição funcionará como elemento de dissuasão. Ele também organizará reuniões com funcionários de 20 localidades em todo o Japão nos próximos três meses para discutir problemas como o assédio.

"É raro ver um alto executivo expressar o compromisso de combater o assédio", disse Masaomi Kaneko, diretor do Workplace Harassment Research Institute e ex-funcionário da prefeitura de Tóquio. "Mas fazer treinamentos e impor penalidades não é suficiente. As empresas precisam rever sua cultura e a forma de trabalhar."