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Uber e Careem negociam fusão no Oriente Médio: Fontes

Giles Turner, Dinesh Nair e Eric Newcomer

04/07/2018 12h53

(Bloomberg) -- A Uber Technologies e a Careem Networks estão realizando negociações preliminares para combinar seus serviços de transporte privado no Oriente Médio na esperança de acabar com uma cara concorrência em meio aos preparativos da Uber para uma oferta pública inicial, no ano que vem, segundo três pessoas a par do assunto.

As empresas discutiram uma série de estruturas de negócio possíveis, mas não chegaram a um acordo em relação aos contornos, segundo as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as negociações são privadas.

A Uber vendeu operações no Sudeste Asiático, na Rússia e na China e insistiu em que havia encerrado a liquidação de pedaços de seu negócio global. Nas discussões com a Careem, a Uber afirmou que precisaria ser dona de mais da metade da empresa combinada, ou comprar a Careem diretamente, segundo as pessoas a par das negociações.

Um porta-voz da Uber preferiu não comentar. Maha Abouelenein, porta-voz da Careem, preferiu não comentar as negociações, acrescentando em comunicado que a empresa está "apenas iniciando" seus planos de expansão.

Segundo um acordo proposto, os líderes atuais da Careem administrariam a nova empresa combinada no cotidiano e manteriam uma ou ambas as marcas locais das empresas, disseram as pessoas.

Segundo outra proposta, a Uber compraria a Careem. As pessoas também disseram que as discussões estão em andamento e podem não resultar em acordo.

A Careem, uma favorita local, atualmente negocia com investidores a captação de US$ 500 milhões, o que pode avaliar a empresa de transporte privado com sede em Dubai em cerca de US$ 1,5 bilhão. A empresa teria conversado antecipadamente com bancos a respeito de um possível IPO em janeiro.

O CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, disse em conferência em maio, que acreditava que a Uber venceria na Índia, no Oriente Médio e na África. "Acredito que seremos a empresa vencedora nesses mercados e que controlaremos nosso próprio destino", disse Khosrowshahi.

A Uber vem reduzindo os negócios fora dos principais mercados em meio aos preparativos para seu IPO, em 2019. No ano passado, a Uber e a Yandex fecharam acordo para combinar seus negócios de transporte privado na Rússia e miram um IPO do negócio em 2019. Em março, a Uber concordou em trocar seus negócios no Sudeste Asiático por uma participação de 27,5 por cento na rival Grab Holdings, com sede em Cingapura.

A Careem opera em mais de 70 cidades em pelo menos 10 países, do Norte da África ao Paquistão, e é líder na maioria delas. Seu maior mercado é a Arábia Saudita, onde a Uber está promovendo planos para recrutar motoristas do sexo feminino para aproveitar a decisão do reino de anular a proibição de dirigir aplicada às mulheres.

O fundo soberano de investimentos da Arábia Saudita se transformou em um grande investidor da Uber após adquirir uma participação de US$ 3,5 bilhões na empresa em 2016. A Kingdom Holding, veículo de investimento do bilionário príncipe saudita Alwaleed bin Talal, e a STV, braço de capital de risco da Saudi Telecom, também investem na Careem.

Repórteres da matéria original: Giles Turner em Londres, gturner35@bloomberg.net;Dinesh Nair em Londres, dnair5@bloomberg.net;Eric Newcomer em San Francisco, enewcomer@bloomberg.net