Duty-Free Dufry vê oportunidade em possível guerra comercial
(Bloomberg) -- Enquanto o mundo se preocupa com a iminência de uma guerra comercial, uma empresa enxerga uma oportunidade.
A Dufry, a maior empresa de varejo duty-free do mundo, prosperaria em um ambiente comercial mais restritivo, disse o CEO Julián Díaz em entrevista. O motivo é que as lojas com isenção de impostos dos aeroportos podem conseguir uma vantagem maior no preço em relação a outras empresas de varejo se os governos aplicarem novos impostos sobre as importações.
"Não estamos sujeitos a impostos, não estamos sujeitos a taxas -- se são cobrados impostos e taxas na fronteira, melhor para nós", disse Díaz, acrescentando, no entanto, que espera que a abertura prevaleça. "Sou cidadão do mundo e o livre comércio provavelmente seja o melhor caminho."
A empresa com sede na Basileia, Suíça, vende uma série de produtos -- desde cigarros e cosméticos até garrafas de US$ 45.000 de uísque escocês Macallan 1937 -- em lojas em aeroportos internacionais e outras fronteiras, onde as compras evitam taxas relacionadas ao comércio, desde que as mercadorias deixem o país imediatamente. Os descontos em relação aos preços das ruas podem chegar a 40 por cento em alguns itens.
Os EUA deverão impor tarifas a US$ 34 bilhões em exportações chinesas na sexta-feira. A China anunciou que aplicará impostos a um valor equivalente de produtos dos EUA, o que levaria a novas penalidades dos EUA. A Comissão da União Europeia afirmou que retaliaria as tarifas dos EUA ao aço e ao alumínio europeus com tarifas sobre produtos americanos como jeans e uísque bourbon.
A Dufry está acompanhando o processo do Brexit com interesse similar. A menos de nove meses da saída do Reino Unido da UE, os dois lados ainda não decidiram como será sua futura relação comercial, nem a duração do período de transição. Grandes fabricantes como Airbus e BMW alertaram que precisarão retirar investimentos do Reino Unido se houver barreiras ao comércio com a UE.
"Será muito importante para nós" porque a Dufry se beneficiaria com os viajantes que entram e saem do Reino Unido, disse Díaz. "Muitos países serão afetados."
O grupo de produtos de luxo Richemont comprou uma participação de 5 por cento na Dufry no ano passado, depois a elevou para 7,5 por cento. Enquanto a empresa suíça aumentou seu investimento, a chinesa HNA Group, que havia comprado uma fatia de 21 por cento da Dufry no ano passado, reduziu sua participação econômica para menos de 1 por cento.
Enquanto aguarda as novidades do comércio internacional, a Dufry recebe impulso do aumento contínuo no número de viajantes chineses. Díaz disse que percebeu que mais chineses de classe média estão visitando as lojas da Dufry nos aeroportos e gastando em produtos voltados ao mercado de massa. Em vez de relógios e joias, esses novos consumidores estão comprando itens mais acessíveis.
"Há mais viajantes chineses -- aliás, até 2020 haverá cerca de 200 milhões de chineses viajando -- e nem todos são milionários", disse Díaz.
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