Envenenamentos com agente nervoso no Reino Unido pressionam May
(Bloomberg) -- O segundo caso de envenenamento com um agente nervoso no sul da Inglaterra em quatro meses ocorreu em um momento particularmente difícil para Theresa May.
Nos próximos 10 dias, a primeira-ministra do Reino Unido enfrentará uma difícil cúpula da Otan e receberá a visita do presidente dos EUA, Donald Trump. Antes disso, ela também tentará unir seu conflitivo gabinete ao redor de uma visão do relacionamento pós-Brexit do Reino Unido com a União Europeia. Agora ela precisa limitar as consequências do envenenamento de dois britânicos no sul da Inglaterra que, segundo a polícia, foram expostos ao mesmo agente nervoso que contaminou um ex-espião russo em março.
As vítimas mais recentes, um homem e uma mulher, ambos britânicos e de cerca de 40 anos de idade, estão em estado crítico após terem entrado em contato com a substância, Novichok, a poucos quilômetros do local do ataque de 4 de março contra o ex-agente Sergei Skripal e sua filha Yulia em Salisbury. A investigação está sendo conduzida pela polícia antiterrorista.
O incidente também coloca de novo os holofotes sobre Vladimir Putin, que negou as acusações britânicas de que a Rússia estava por trás do ataque em Salisbury. As circunstâncias ainda não foram esclarecidas e uma teoria que está sendo analisada pelas autoridades do Reino Unido é de que as vítimas entraram em contato com a substância acidentalmente e não eram os alvos pretendidos.
Investigação antiterrorista
Neil Basu, coordenador de contraterrorismo da Polícia Metropolitana, disse na noite de quarta-feira em uma coletiva de imprensa televisionada, que a equipe de investigação estava tentando estabelecer como as duas pessoas entraram em contato com o agente nervoso.
O ministro da Segurança Ben Wallace disse à Rádio 4 da BBC que a polícia está trabalhando com a hipótese de que as vítimas não foram atacadas diretamente.
"No momento, não vemos evidências que vinculem essas duas vítimas mais recentes aos Skripals ou aos locais originais que foram descontaminados", disse Wallace.
Momento delicado
May, por sua vez, se encontrará com a chanceler alemã, Angela Merkel, em Berlim.
O momento é delicado: os líderes da Otan se reúnem na próxima semana para discutir ameaças, incluindo a agressão russa, e Trump deve visitar o Reino Unido no fim da semana. Depois ele irá a Helsinque para uma cúpula com Putin, em 16 de julho, e os ministros do Reino Unido já estão preocupados com o que o presidente dos EUA prometerá a seu par russo.
Cientistas britânicos identificaram a substância do ataque de março como o agente nervoso russo Novichok. May expulsou 23 diplomatas russos em retaliação e convocou aliados, incluindo os EUA, para expulsar mais de 100 outros.
"Não estamos em condições de dizer se o agente nervoso foi do mesmo lote ao qual os Skripals foram expostos", disse Basu. "A possibilidade de que essas duas investigações possam estar ligadas é claramente uma linha de investigação para nós."
No incidente mais recente, as duas pessoas foram levadas para o hospital depois de terem sido encontradas inconscientes em uma casa em Amesbury, a cerca de 13 quilômetros de Salisbury. Inicialmente, as autoridades pensaram que elas haviam consumido heroína ou crack de um lote contaminado. Mais exames foram realizados para determinar a natureza da substância e a polícia antiterrorista foi convocada para ajudar na investigação.
--Com a colaboração de Thomas Penny.
Repórteres da matéria original: Alex Morales em Londres, amorales2@bloomberg.net;Kitty Donaldson em Londres, kdonaldson1@bloomberg.net
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