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Metade dos ICOs morre 4 meses depois das vendas dos tokens

Olga Kharif

10/07/2018 15h29

(Bloomberg) -- Cerca de 56 por cento das startups de criptografia que arrecadam dinheiro por meio de vendas de tokens morrem nos quatro meses após suas ofertas iniciais da moeda.

Essa foi a conclusão de um estudo do Boston College que analisou a intensidade dos tuítes das contas de Twitter das startups para inferir sinais de vida. Os pesquisadores determinaram que apenas 44,2 por cento das startups sobrevivem 120 dias após o fim de seus ICOs. Os pesquisadores, Hugo Benedetti e Leonard Kostovetsky, examinaram 2.390 ICOs que foram concluídos antes de maio.

Adquirir moedas em um ICO e vendê-las no primeiro dia é a estratégia de investimento mais segura, disse Kostovetsky em entrevista pelo telefone. Mas muitos investidores individuais não podem participar de ICOs, então essa opção não é viável para eles. Mesmo assim, a probabilidade é de que todos os investidores venderão suas moedas nos primeiros seis meses, de acordo com o estudo.

"O que descobrimos é que, quando passam de três meses, até no máximo seis meses, elas não superam o desempenho de outras criptomoedas", disse Kostovetsky. "O retorno mais forte, na verdade, é no primeiro mês."

Os retornos têm diminuído com o tempo, à medida que as startups adquirem mais experiência sobre o preço das ofertas de moedas e que mais pessoas fazem investimentos em ICOs. Os retornos das pessoas que venderam os tokens no dia em que foram listados em uma bolsa têm caído quatro pontos percentuais por mês, disse Kostovetsky.

"Eles estão muito mais baixos agora, então eu acho que eles não vão continuar caindo nesse ritmo", disse ele.

Uma série de estudos recentes mostrou como é arriscado investir em ICOs. Mais de 1.000 tokens já viraram pó, segundo o site Coinopsy.

"As pessoas geralmente olham para os retornos e acham que este é um ótimo negócio, mas em finanças nós ensinamos que o retorno é uma compensação pelo risco", disse Kostovetsky. "Estas são apostas em plataformas que ainda não foram construídas, que ainda não têm participantes. Há muito risco. A maioria dos ICOs fracassa."

Kostovetsky é professor assistente na Carroll School of Management do Boston College e Benedetti está fazendo um PhD em finanças na faculdade.