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Iniesta se despede da seleção espanhola e sua vinícola prospera

Thomas Gualtieri

20/07/2018 14h31

(Bloomberg) -- O meia espanhol campeão da Copa do Mundo Andrés Iniesta pode ter jogado seu último jogo de futebol com a camiseta de seu país, mas o projeto de fabricação de vinhos de sua família está com a bola toda.

Iniesta, 34, anunciou sua despedida da seleção depois que a Espanha foi eliminada da Copa deste ano, quando perdeu a disputa de pênaltis para a anfitriã Rússia nas oitavas de final. A França venceu a Croácia na final, realizada em Moscou no domingo passado, e ganhou sua segunda Copa.

A decisão de abandonar La Roja - apelido da seleção espanhola - foi anunciada poucos meses depois de Iniesta informar que trocaria o FC Barcelona pelo time japonês Vissel Kobe, o que fez com que os estoques de vinho de sua vinícola esgotassem no país asiático. Agora, sua família negocia a venda de uma participação na empresa a seus novos empregadores, disse Agustín Lázaro, diretor administrativo da Bodega Iniesta.

"O vinho sempre foi uma tradição em nossa família, mas não tínhamos suficiente poder econômico para abrir uma vinícola antes que Andrés entrasse no mundo do futebol", disse José Antonio Iniesta, pai de Andrés e CEO da vinícola. "Nosso objetivo sempre foi fazer o que gostamos, sem necessariamente ganhar dinheiro. Mas temos feito as coisas bem, por isso continuamos crescendo."

Crescimento

A vinícola produziu 1,2 milhão de garrafas em 2017, um aumento de 500 por cento em comparação com 2010. Contudo, sete anos atrás a Espanha era seu único mercado, mas, no ano passado, 60 por cento da receita veio do exterior.

Fundada em 2010 na cidade natal de Iniesta, Fuentealbilla, 275 quilômetros ao sudeste de Madri, a sorte da vinícola reflete uma prosperidade geral dos negócios para o setor de vinhos da Espanha, que é o maior do mundo, com cerca de um milhão de hectares cultivados e 530.000 produtores de uvas. As exportações subiram para 2,85 bilhões de euros (US$ 3,31 bilhões) em 2017, um recorde, 1 por cento a mais que no ano anterior e 289 por cento a mais que em 1995, segundo dados do Observatório Espanhol do Mercado de Vinhos (OEMV).

"A queda do consumo interno e da produção de destilados e o desenvolvimento das marcas espanholas de vinho explicam a disparada das exportações", disse Rafael del Rey, diretor do OEMV, em entrevista em seu escritório em Madrid. "E agora, especialmente em mercados novos, como a Ásia e a América do Norte, as empresas espanholas estão bem equipadas para concorrer."

Por sua vez, a vinícola da família Iniesta está crescendo muito, porque a fama do craque dá mais visibilidade para a marca.

"Estamos exportando para 39 países", disse o pai. "Agora que Andrés se mudou para o Japão, vamos nos expandir ainda mais internacionalmente."