Metal precioso mais caro do mundo deve subir devido à escassez

(Bloomberg) -- O preço do metal precioso mais caro do mundo deverá subir ainda mais devido a um recuo do setor da mineração na África do Sul que ameaça gerar escassez de oferta.

O valor do ródio -- um subproduto da extração da platina usado no setor químico e pela indústria automotiva em conversores catalíticos -- mais que triplicou desde o início de 2017. O elemento branco-prateado, cujo nome faz alusão à palavra grega para rosa, poderia subir ainda mais devido à redução da produção causada por dificuldades na indústria de platina da África do Sul.

Sem minas importantes de ródio, a oferta será reduzida porque a Impala Platinum Holdings e a Lonmin estão fechando operações deficitárias para suportar os preços mais baixos da platina causados pelo distanciamento em relação aos carros a diesel. A demanda estável e a oferta escassa no mercado de ródio, dominado por um pequeno grupo de membros ativos, é um prenúncio de outra explosão nos preços, disse Gerry Dawson, consultor que negocia metais preciosos há duas décadas, desde que trabalhou na empresa de refino Heraeus Metals New York.

Com a redução da produção de platina, a produção de ródio também cairá, o que fará os preços subirem ainda mais, disse Dawson. Isso pode trazer à tona lembranças do mercado de uma década atrás, quando o ródio superou a casa dos US$ 10.000 por onça (28,3 gramas) após cinco anos de déficit de oferta agravados pela falta de energia na África do Sul, que limitou a produção das minas.

"Há um histórico de grandes oscilações", disse Dawson.

O ródio, que é capaz de resistir a altas temperaturas e tem desempenho superior ao de outros metais do grupo da platina na remoção de óxidos de nitrogênio dos escapamentos dos carros, era negociado recentemente no maior patamar em sete anos, de US$ 2.350 a onça. O metal pode chegar em breve a US$ 3.000 a onça, disse Nikos Kavalis, sócio-fundador da consultoria Metals Focus.

Mercado de nicho

"O ródio é um mercado muito pequeno. Quando há uma mudança nos fundamentos, há um estoque limitado fora das minas para atender à demanda", disse Kavalis, por telefone. "Os investidores ainda lembram de quando o preço superou os US$ 10.000."

A Johnson Matthey estima que o pequeno déficit de ródio do ano passado se transformará em um excedente de 68.000 onças em 2018. Segundo a empresa de refino, depois deste ano a perspectiva para o metal parece bastante forte e a demanda do setor automotivo, particularmente favorável.

Mesmo assim, não é fácil ampliar a exposição a um dos metais preciosos mais raros. Existem alguns fundos negociados em bolsa lastreados por ródio, mas eles são pequenos e pouco negociados. Isso deixa os investidores do varejo com um leque limitado, incluindo opções de barras e moedas de alguns negociantes ou uma exposição menor ao metal por meio das ações das produtoras de platina da África do Sul.

Repórteres da matéria original: Rupert Rowling em Londres, rrowling@bloomberg.net;Eddie van Der Walt em London, evanderwalt@bloomberg.net