Mineradoras devem investir US$ 11 bi em busca da sorte grande
(Bloomberg) -- Mineradoras e investidores estão estudando imagens de satélite, monitorando sondas de perfuração e indagando executivos de empresas em busca de pistas sobre onde os pesos-pesados do setor estão perto de uma nova e grande descoberta.
A Rio Tinto procura cobre no Grande Deserto Arenoso, na Austrália, e a Anglo American esquadrinha uma área de 19.000 quilômetros quadrados no Brasil. As companhias figuram, portanto, entre as gigantes da mineração que estão gerando entusiasmo com possíveis reservas para reabastecer carteiras de projetos e acabar com a recente falta de sucesso do setor na busca por depósitos.
As iniciativas fazem parte de um impulso global maior do setor que está revigorando os investimentos na exploração de metais importantes, que deverão superar US$ 11 bilhões após atingir uma baixa de US$ 9 bilhões em 2016, segundo a MinEx Consulting, que tem sede em Melbourne.
Para acompanhar o progresso, no mês passado os investidores pressionaram o CEO da Anglo, Mark Cutifani, para que revelasse detalhes da campanha de sua empresa, e outros estão monitorando o tráfego de entrada e saída do projeto em expansão da Rio Tinto no distrito de Paterson, na Austrália Ocidental, e consultando imagens de satélite da região na tentativa de deduzir a escala das atividades da empresa.
"Temos metas muito interessantes, mas nunca falamos muito em exploração -- não quero que meus pares saibam o que estamos fazendo", disse o CEO da Rio Tinto, Jean-Sébastien Jacques, em entrevista, na semana passada. "Mas tem gente observando com bastante atenção e usando até imagens de satélite para tentar ver o que estamos fazendo."
A maior produtora de ouro da Austrália, a Newcrest Mining, e a exportadora de minério de ferro Fortescue Metals Group, entre outras, aderiram à busca por jazidas inexploradas de ouro e cobre na região de Paterson.
A área "está praticamente intacta do ponto de vista da exploração, porque está sob uma camada de areia", o que aumenta as esperanças por grandes descobertas, disse Lynda Burnett, diretora-gerente da Sipa Resources, que explora a cerca de 10 quilômetros da área da Rio Tinto e tem observado o crescimento da operação da vizinha maior. "Espero que a Rio Tinto possa nos contar mais a respeito em breve -- teremos que ser pacientes."
A recente retomada da exploração também está reanimando parcerias entre os pesos-pesados do setor e empresas especializadas menores, estratégia que "estagnou de forma gritante" no início da década após a crise financeira global, segundo Burnett, que trabalhou anteriormente como executiva de exploração da Newmont Mining.
"A exploração certamente é uma atividade primordial para nós", disse Elizabeth Gaines, CEO da Fortescue, em discurso, nesta terça-feira, em Kalgoorlie, na Austrália Ocidental. A produtora de minério de ferro está à procura de materiais como cobre e lítio em projetos espalhados por dois continentes.
Investimentos pequenos em exploração acarretam menos riscos que aquisições caras, e no caso do cobre -- ramo em que tem sido difícil fechar negócio -- oferecem uma rota alternativa para o crescimento, segundo Camille Simeon, gerente de investimentos da Aberdeen Standard Investments, que detém ações da Rio Tinto e da BHP. "Pode ser uma abordagem mais sensata que comprar algo."
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