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Walmart recorre a parcerias para tentar enfrentar Amazon

Matthew Boyle

07/08/2018 12h23

(Bloomberg) -- Enfrentar a Amazon não é fácil, nem mesmo para a maior rede de varejo do mundo.

O medo a Jeff Bezos ajuda a explicar por que o Walmart tem feito alianças nos últimos anos com o Google, a Microsoft, a chinesa JD.com e outros nomes do setor de tecnologia. Os membros da coalizão não oficial têm um objetivo comum: impedir que a Amazon governe a galáxia digital. Parece um filme em que um grupo heterogêneo forma uma aliança para enfrentar um inimigo todo-poderoso, só que, neste caso, os destemidos rebeldes são algumas das empresas mais poderosas do mundo.

O Walmart criou uma empresa de comércio eletrônico colossal investindo bilhões na contratação de engenheiros e cientistas de dados, construindo centros de distribuição automatizados e sob medida para os pedidos feitos pela internet e lançando pontos de coleta de itens comprados pela web em mais de 2.000 lojas. A varejista gerou US$ 11,5 bilhões em vendas on-line no ano passado nos EUA, e espera-se que o site reprogramado para exibir melhor roupas e produtos de decoração eleve em 40 por cento esse total em 2018.

Mas o Walmart sabe que não pode mais continuar sozinho. A Amazon.com atualmente captura 49 por cento do mercado de comércio eletrônico dos EUA, de acordo com a empresa de pesquisa eMarketer, em contraste com 43,5 por cento no ano passado. A Amazon já domina os segmentos de entretenimento e brinquedos e agora está entrando em áreas valiosas para o Walmart. A aquisição do supermercado de luxo Whole Foods Market, no ano passado, ameaça um negócio que representa mais da metade das vendas do Walmart nos EUA.

A ameaça da Amazon provocou uma mudança estratégica dentro do Walmart.

"É o clássico dilema entre construir ou comprar", diz Sucharita Kodali, analista da Forrester Research. "O Walmart precisa inovar, mas não faz sentido construir muito internamente."

Historicamente, o enorme varejista tem relutado em se aproximar de outros, preferindo manter os benefícios dos novos empreendimentos para si. A empresa não tem um bom histórico com parcerias: por exemplo, as primeiras alianças do Walmart na Índia e na China, que são mercados importantes, acabaram sendo abandonadas.

O Walmart estudou esses contratempos. "Estamos aprendendo a fazer parcerias com outras empresas de maneiras diferentes", disse o CEO Doug McMillon.

"Fazer parcerias com empresas permite que o Walmart se beneficie do investimento de terceiros e acrescente vantagens consideráveis", disse Kirthi Kalyanam, diretor do Instituto de Administração de Varejo da Faculdade de Administração Leavey da Universidade de Santa Clara.

A aliança contra a Amazon não garante sucesso contra a gigante da internet. Mas cada um dos membros dessa resistência oferece algo que o Walmart não consegue fazer bem sozinho. Um perigo, no entanto, é um possível choque de culturas entre os pesos-pesados da tecnologia e um varejista com raízes no noroeste do Arkansas.

"No Vale do Silício, a cultura supera facilmente a estratégia ", diz Kalyanam. "Para que esses investimentos sejam bem-sucedidos, o Walmart também precisa do tipo certo de cultura que possa envolver esses parceiros."