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Adidas ganha impulso com a Copa, embora Nike domine em campo

Richard Weiss

09/08/2018 13h21

(Bloomberg) -- A Adidas ganhou um impulso com a Copa do Mundo, apesar de algumas das seleções tradicionais patrocinadas pela companhia, inclusive a da Alemanha, seu país de origem, terem ido embora no início do torneio.

As seleções patrocinadas pela rival Nike -- incluindo a campeã França e a vice-campeã Croácia -- dominaram a Copa do Mundo. Mesmo assim, a Adidas vendeu quantidades recorde de camisas ligadas ao evento. Isso impulsionou uma alta de 10 por cento em suas ações nesta quinta-feira, a maior desde março.

As vendas de camisas da empresa na Copa do Mundo ultrapassaram as 8 milhões de unidades vendidas na Copa do Brasil há quatro anos, disse o CEO Kasper Rorsted em entrevista por telefone a repórteres, cumprindo sua previsão de junho. Mesmo com a Alemanha, a Espanha e a Argentina, seleções patrocinadas pela Adidas, saindo cedo do torneio.

"A maioria das camisas é vendida antes e durante a Copa", disse Rorsted. "Quem está na final não tem impacto comercial."

A empresa também resistiu a uma mudança da moda fora do campo, que se afastou dos modelos clássicos e minimalistas, como o tênis Stan Smith, e pendeu para os chamados "tênis do papai" -- versões mais volumosas de modelos das décadas de 1980 e 1990. A concorrente alemã Puma informou no mês passado que essa mudança prejudicou suas vendas no primeiro semestre do ano.

A entrevista com Rorsted ocorreu depois de a empresa divulgar as vendas e o lucro do segundo trimestre, que superaram as expectativas dos analistas. A Adidas informou que a receita ajustada pelas oscilações cambiais subiu 10 por cento no segundo trimestre, para 5,26 bilhões de euros (US$ 6,1 bilhões). Os analistas previam em média 5,17 bilhões de euros.

A empresa registrou crescimento de dois dígitos na América do Norte, na região Ásia-Pacífico, na América Latina e na Rússia e reiterou uma projeção de ganho de 10 por cento nas vendas ajustadas ao câmbio neste ano.

A Nike anunciou em junho que suas vendas trimestrais nos EUA subiram pela primeira vez em um ano e aumentou a previsão de vendas para o atual ano fiscal, o que fez com que as ações atingissem um recorde. A Under Armour também disse que seus negócios nos EUA voltaram a ver um crescimento das vendas.

A Adidas afirmou que teve um "crescimento excepcional" nas mercadorias relacionadas ao futebol na Rússia, que foi a sede da Copa do Mundo, e na América Latina, e que a categoria também cresceu a um ritmo de dois dígitos na América do Norte e na Europa Ocidental. Ainda assim, Rorsted alertou que o vento a favor dos negócios na Rússia desaparecerá, já que as sanções estão atrasando a economia local.